Um artista apaixonado pelos cavalos

José Acuña é especialista em pintar cavalos de diferentes raças além de outras espécies de animais

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Leonardo Andreoli/ON

A paixão pelos cavalos e os esportes equestres movimenta a economia em diversos setores. Roupas, equipamentos e acessórios são apenas uma parte desse setor e que pode ser conferido durante o FEI Americas Jumping Championships que acontece até este domingo no Centro Hípico e Haras MD, em Passo Fundo. Outra paixão, talvez não tão divulgada, é pela arte de eternizar em telas os animais considerados especiais por equitadores e criadores.  Essa é a especialidade do artista plástico argentino José Acuña.

Para ser fiel às características de cada raça, o trabalho de pesquisa e a conversa com os criadores foi parte fundamental do processo de especialização neste tipo de arte. “Não é só representar a expressão dos animais, mas tem toda a morfologia que é preciso respeitar, além de destacar a pelagem e saber usar a luz”, complementa. Ao longo de 15 anos de carreira o trabalho foi sendo aperfeiçoado num trabalho constante de aprendizagem.
Há sete anos ele trabalha no Brasil participando de eventos ou sendo contratado por criadores para reproduzir os animais e os proprietários em telas de técnicas variadas – pintura com tinta acrílica ou a óleo e desenho. “Em alguns casos fiquei um mês vivendo nas cabanas para conhecer os animais e a vida das pessoas para reproduzi-las nas telas”, conta. Há cinco anos ele viaja por vários estados participando de eventos de hipismo em parceria com a grife La Victoria. O ateliê dele fica em Porto Alegre junto á loja da mesma marca.

Obras
O artista tem obras em coleções particulares da Europa e em vários países na América. No Brasil, já teve obras adquiridas por personalidades como Jayme Monjardim e Galvão Bueno. Cada tela pode demorar até dois meses para ser concluída, embora ele possa iniciar várias delas num mesmo mês. “Eu inicio a obra e a deixo parada e começo outra. Depois vou trabalhando com elas até serem concluídas”, explica. Durante o FEI Americas Jumping Championships ele aproveita as horas vagas para pintar um dos animais vencedores do Freio de Ouro 2011.
As obras geralmente são ricas em detalhes e traços precisos. Geralmente feitas por encomenda, muitas delas são pintadas a partir de fotografias dos animais e dos proprietários. Quando pode, ele prefere conhecer o animal. “O contato com o cavalo permite perceber aspectos que a foto nem sempre mostra”, acrescenta. Quando inicia obras por conta, prefere retratar cenas da lida campeira ou representar animais de diferentes espécies.

Início
A carreira de Acuña iniciou retratando bovinos de diferentes raças. Hoje, além e bovinos e equinos, ele domina a técnica para representar búfalos e ovinos, sempre respeitando as peculiaridades de cada raça. O início da carreira também contou com o apoio do artista plástico Berega que o ensinou técnicas de pintura em couro. As obras de Acuña são vendidas em média a R$ 5 mil, dependendo do tamanho da obra e da moldura escolhida. No entanto algumas obras vendidas por ele ultrapassam os R$ 70 mil, como é o caso do quadro “La Linda y La Santa Clara” que retrata o transporte de gado pelas ferrovias argentinas. No Rio Grande do Sul boa parte das encomendas são relacionadas a representação de cavalos da raça crioula.

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