Morre em Passo Fundo líder senegalês

Ele faleceu no início da madrugada de domingo, vítima de pneumonia

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Gerson Lopes/ON

A comunidade senegalesa de Passo Fundo está de luto com a morte de Mahantia Cisse, que ontem estaria completando 48 anos. Ele faleceu no início da madrugada de domingo, no Hospital São Vicente de Paulo, onde estava internado havia oito dias, vítima de pneumonia. O corpo deve ser transladado para o Senegal nos próximos dias.  
Cisse era presidente da Associação de Senegaleses no Brasil. Ele estava no país há 14 anos, quase oito deles vivendo em Passo

Fundo, com a esposa, a brasileira, Leoni Fontes Mahanthia, 52. Também era supervisor de abate de frangos da Central Islâmica Brasileira de Alimentos, a Cibal Halal, onde prestava serviços em várias empresas, entre elas, a Frangosul. Ainda no domingo, a comunidade, de religião muçulmana, prestou as últimas homenagens ao líder, na mesquita da cidade.

Abalado com a perda do amigo, Mamour Badiane Ndiaye, 33 anos, é quem está ajudando a encaminhar os documentos para o traslado do corpo.  “Ele era mais que um amigo, era um irmão” comentou. Cisse era a referência para todos os conterrâneos que chegavam ao Brasil. Preocupado em oferecer uma vida digna a eles, costumava correr atrás da documentação, na busca por emprego e por moradia. “Estava sempre preocupado com os outros. Sempre pronto para ajudar. Se Deus quiser vamos conseguir encaminhar o copo para os parentes dele. Estamos muito tristes” afirma emocionado o amigo.

A esposa, Leoni, diz  que o marido viajava com freqüência pelo  Brasil para  atender as comunidades. Os dois se conheceram no Rio de Janeiro e estavam juntos praticamente desde a chegada dele no Brasil. Ela diz que o marido internou no dia 24 de setembro no Hospital São Vicente de Paulo. Dois dias depois, o quadro se agravou. “A situação foi piorando cada vez mais e não foi possível revertê-la. Só temos a agradecer pela atenção e o esforço do médico  Júlio Stobe” declarou. Desde que a notícia da morte de Cisse se espalhou entre os senegaleses, o celular dela não parou mais de tocar. Comunidades de várias parte do país fizeram contato lamentando a perda do líder. Há cerca de três meses, ele esteve na África visitando familiares.

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