Leonardo Andreoli/ON
Um pessegueiro pode perder até 90% dos frutos durante o raleio. Isso permite ao produtor escolher os frutos com melhores características de desenvolvimento e posição nos ramos. Os frutos em excesso e os com características de abortamento pela planta são retirados. O resultado é uma menor quantidade de frutos por árvore, com melhores condições de desenvolverem as características desejadas como o sabor e o tamanho.
A seleção dos frutos começa com a retirada daqueles que apresentam sinais de abortamento, e posteriormente os menores respeitando um espaçamento de pelo menos cinco a 10 centímetros entre um e outro. O momento para o raleio é quando atingem o tamanho de uma azeitona, ou um pouco mais. Nessa fase já é possível identificar quais apresentam melhores chances de se desenvolverem satisfatoriamente. Nos frutos abortados é possível identificar um escurecimento na área de desenvolvimento da semente. Enquanto nos saudáveis essa área é mais clara.
O trabalho requer atenção e dedicação. Em cada planta o trabalho demora cerca de 40 minutos para ser concluído. Na propriedade de Mércio Michel o raleio severo permite uma produção de frutos maiores e mais saborosos. A retirada de frutos chega a 90% em algumas plantas de acordo com a condição do galho e espaçamento entre os pêssegos.
Porque fazer o raleio
De acordo com o produtor, sem o raleio a tendência é de que a planta forneça o máximo de nutrientes para os frutos e deixe de produzir folhas e ramos. Em casos mais severos de estresse ela pode morrer devido ao excesso de frutos. Além disso, com muitos frutos a divisão dos nutrientes se dá entre todos eles, e com isso os pêssegos apresentam tamanho menor e menos sabor na hora da colheita.
A nutrição das plantas se dá por meio de duas adubações. A primeira delas é com cama de aviário e a segunda com adubo formulado que deve ser aplicado nesta semana. Com os cuidados corretos durante todo o processo de desenvolvimento é possível se colher frutos da variedade amarelo com peso entre 250 até 300 gramas.
O produtor esclarece ainda que os frutos com melhores tamanhos e sabor podem ser vendidos por um preço melhor na Feira do Produtor. “Às vezes o cliente não entende a diferença do valor. Para ele um quilo de pêssego grande ou de pequeno é a mesma coisa. Ele tem que levar em consideração que o tamanho do caroço é igual tanto para um, quanto para o outro. Comprando o grande ele tem certeza que está levando mais polpa”, compara.
Antecipação
Com a antecipação do calor, neste ano os frutos devem amadurecer mais cedo. O pêssego branco para ser consumido in natura deverá estar maduro a partir da metade de novembro. Já o amarelo que é um pouco mais tardio deverá estar maduro na metade de dezembro. Esta segunda variedade geralmente é utilizada para a produção de compotas, por isso a aparência dos frutos deve ser melhor.
Produtor diminui carga de pêssego em 90%
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