Perda no trigo chega a 60% em Passo Fundo

Leonardo Andreoli/ON

O otimismo pela safra de trigo deste ano foi substituído pela aflição para muitos produtores. Desde o dia 26 de setembro o clima, que até então colaborava com o desenvolvimento da cultura, passou a ser desfavorável. Geada e chuvas por dias seguidos enfraqueceram as plantas e favoreceram o desenvolvimento de doenças. Em Passo Fundo as perdas chegam a 60%. Os dados são da Emater Regional e Municipal. Na região ainda não há uma estimativa fechada de perdas, no entanto sabe-se que elas também são significativas.

O engenheiro agrônomo da Emater Regional de Passo Fundo Cláudio Dóro destaca que as lavouras visitadas em diversos municípios apresentam percentuais de perdas variados, dependendo da época do plantio, cultivar plantada e localização. “De maneira geral as perdas são muito grandes pelo número de comunicações recebidas pelos escritórios locais”, pontua. A preocupação dos produtores se intensifica uma vez que o período para pagamentos de empréstimos se aproxima.

Clima
Até o dia 26 de setembro o clima apresentou comportamento favorável ao desenvolvimento do trigo. Dóro destaca ainda que os agricultores plantaram na hora certa e empregaram boa tecnologia no campo que indicavam um excelente potencial produtivo.   “Naquele dia houve a geada e veio num período em que a planta não tolera mais que era o da floração, formação da espiga e início de enchimento de grãos”, esclarece. O congelamento causa a interrupção na circulação da seiva. O reflexo disso é o abortamento de flores, má formação de espigas e grãos. As condições favoreceram ainda o desenvolvimento de doenças como a ferrugem, septória e giberela, que atacaram as plantas em um momento de estresse.

O agrônomo enfatiza que os produtores devem procurar assistência técnica caso tenham dúvida sobre as perdas na lavoura para que seja feita uma avaliação. Além disso, se ainda houver um potencial de rendimento os produtores devem continuar empregando boa tecnologia para assegurar a produção.

Passo Fundo
No município as lavouras apresentam situações diferentes. Conforme Ademir Trombetta, da Emater Municipal, a estimativa é de uma quebra de safra de 60%. A expectativa era de se alcançar uma produtividade média de 3 mil quilos por hectare o que não irá se concretizar. As regiões do município onde os terrenos são mais baixos tiveram perdas maiores, mas não há uma regra.

Cevada e canola
A cevada está em fase de início de colheita que deve ocorrer nos próximos 10 dias. Conforme Cláudio Dóro os danos na cultura foram menores devido a ela estar em uma fase de desenvolvimento mais adiantada quando ocorreu a geada. A canola também estava em fase de colheita já e teve pequenos danos.