Passo-fundense que atua em Missão de Paz na ONU realiza palestra

Capitão Marco Antônio de Morais conversou com estudantes do Colégio Salvatoriano Bom Conselho

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Para ampliar a visão de mundo dos alunos da segunda e da terceira série do Ensino Médio, e para provar a aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos na disciplina de Geografia, palestrou no Colégio Salvatoriano Bom Conselho o Capitão Marco Antônio de Morais. Integrante do 3° BOE de Passo Fundo, ele atua na Missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS) desde março deste ano no treinamento de policiais novatos. O capitão foi convidado pelo professor Claudionei Gengnagel, professor de Geografia e coordenador pedagógico do Ensino Médio.

O capitão narrou a estadia no país, entre uma população carente e fragilizada pela divisão tribal, com cultura e dialetos diferentes, que partilham apenas a fluência em árabe. Muitos são analfabetos, então o árabe é apenas falado. Apenas as gerações mais novas dominam o inglês, idioma oficial. O capitão conta que no interior é possível encontrar tanques abandonados e vilas inteiras incendiadas, simplesmente por que tribos diferentes se encontraram. O abigeato também é motivo de confrontos: no Sudão do Sul os homens podem ter quantas esposas quiserem, desde que tenham o dote necessário, 30 cabeças de gado.

Infraestrutura
A precariedade da infraestrutura do país teve melhoras nos últimos anos, mesmo assim, conforme o relato de Marco, no interior não há energia elétrica, o abastecimento de água potável é insuficiente e as casas são de barro e palha, fato que contribui para a disseminação da malária. As unidades da ONU nesses locais têm geradores de energia e os integrantes das missões moram em contêineres individuais.

No país as eleições e a educação ainda são um problema. Nos pleitos eleitorais não existe voto secreto. Na educação, existe divisão de sexos até o ensino médio, e faltam salas de aula. Os professores ensinam debaixo de uma árvore, por que o calor chega aos 45ºC. O capitão ainda relata que os alunos que se atrasam são punidos com varadas nos dedos.

Por outro lado, ele destaca que quando alguém está em prisão provisória deve ser julgada em no máximo 72 horas. Como não existe muita burocracia e as pessoas estão animadas e empenhadas, o sistema carcerário funciona mais rapidamente que o brasileiro.

Missões
As seleções para integrantes de Missões de Paz são organizadas duas vezes por ano, uma vez em cada semestre, pelo Ministério de Defesa, que convida, por documento, todos os estados a participar. Quem quiser saber mais sobre aa rotina do capitão Marco e de outros brasileiros no Sudão do Sul pode acessar o blog unpolicebrasil.blogspot.com.br.

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