Crimes Cibernéticos: uma ameaça real

Avanço da tecnologia favorece o aumento dos crimes

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O delegado especialista em crimes digitais, Emerson Wendt, palestrou na IMED nesta semana onde abordou o tema “Crimes Cibernéticos: Ameaças e procedimentos de investigação”.

 

Confira a entrevista:

 

IMED - O que configura um crime virtual?

Emerson Wendt (EW) - Crime Virtual ele pode ser configurado por uma conduta hoje prevista na Lei Penal, em uma Lei extravagante como crime. Então o computador pode ser um meio ou pode ser o objetivo do criminoso como acontece, por exemplo, na urna eletrônica. Que a urna eletrônica nada mais é do que um sistema de computação que se invadido, se adulterado há uma caracterização do crime. Ou no caso da pedofilia, a transmissão através de qualquer meio da internet e de telefonia também de imagens contendo cenas de sexo explícito envolvendo criança e adolescente, é uma caracterização penal ali existente. Da mesma forma, por exemplo, a questão do furto. Eu posso cometer um furto pela internet, o que vai mudar é o meio da prática, que é a internet ou a questão do estelionato também bastante comum. Eu coloco a venda um produto no âmbito da internet em um site de compra e venda e alguém vai lá, compra e eu não entrego o produto. É a caracterização do estelionato onde o meio que é diferenciado. Não é mais o estelionato no contato entre duas pessoas, mas através da internet.

 

IMED - Quais são os crimes mais comuns na internet?

EW - Os mais comuns são os crimes contra a honra que são injúria, calúnia e difamação no âmbito das redes sociais, principalmente agora neste período eleitoral houve muito isso, onde um candidato acusava o outro de determinada conduta para ver se conseguia diminuir os eleitores do concorrente. As mídias sociais, Orkut, Facebook, Twitter, Ask.fm e vários outros são muito utilizados para cometimento desse tipo de crime.

 

IMED - O uso de aparelhos móveis fez com que aumentasse o número de crimes digitais?

EW - Sim. Isso começou bastante a partir do segundo semestre do ano passado, a questão do Mobile principalmente no acesso a sistema bancário gerou uma preocupação muito grande por parte das empresas de segurança da internet e esse uso da internet freqüente em celulares, smartphones e Tablets causou justamente um boom de empresas oferecendo produtos nessa área e isso também uma vulnerabilidade muito grande.

 

IMED - Existe um perfil-alvo procurado pelo criminoso ou qualquer um pode ser vítima?

EW - Nada é 100% seguro na internet então qualquer um pode ser vítima. Não tem a ver necessariamente com a questão de segurança, mas até com a questão de exposição ou não na internet. O que a gente orienta é que a pessoa procure restringir ao máximo o maior número de informações no âmbito da internet porque a cada informação nova divulgada é um dado novo que o criminoso tem que pode ser usado contra nós.

 

IMED - Como não ser vítima? Que cuidados devem ser tomados?

EW - Os cuidados básicos em termos de computador são um sistema operacional original, atualizado, antivírus, com firewall, e o usuário estar muito atento na questão da internet, ou seja, prestar atenção, ler bastante sobre os perigos na internet e evitar o que eu chamo “síndrome do clic”, sair clicando em tudo o que aparece na frente. Porque nessa parte de clicar tem bastante pragas virtuais e elas se instalam no computador e passam a monitorar toda a vida do usuário na internet.

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