Hemopasso decide cortar horas extras

Comunicado foi enviado aos hospitais conveniados alertando sobre as alterações no horário de funcionamento. Atendimento de plantão será feito com contrato emergencial

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Um comunicado enviado pelo Hemopasso há cerca de uma semana para os municípios e hospitais conveniados causou polêmica entre as direções e prefeituras. A comunicação falava sobre o fim dos plantões e, portanto, a inviabilidade de repassar hemoderivados nos finais de semana, feriados e fora do horário normal de funcionamento, que é das 7h às 19h, de segunda a sexta-feira. Em Passo Fundo, as direções das duas instituições atingidas com a mudança pediram esclarecimentos, em virtude da preocupação em que o serviço deixasse de ser realizado nos horários mencionados.

A decisão foi tomada para ajustar o orçamento, uma vez que apesar do serviço ser regional, a prefeitura de Passo Fundo arca com cerca de R$ 50 mil mensais para manter o serviço, além dos recursos recebidos, o que resulta no prejuízo de R$ 600 mil por ano para os cofres do município. Conforme o diretor do Hemopasso, Rudimar Pedro, na semana passada a comunicação foi encaminhada para todas as instituições.

“Como administrador, eu preciso tomar as atitudes necessárias”, salienta Pedro. Estas atitudes, segundo ele, foram a determinação por cortar as horas extras e manter o funcionamento durante o dia, horário em que recebem os doadores. “O que fiz foi cortar os plantões. Como o Hemocentro é um serviço essencial, que lida com uma matéria-prima que é usada em urgências e emergências, obviamente que é uma decisão que mexe com algumas instituições e pode oferecer risco à população. Por isso, que quando passamos a informação, demos um prazo. Ela só se tornaria efetiva no dia 1º de novembro, portando uma semana depois”, explica.

Neste período, instituições estaduais e municipais mantiveram contato no sentido de tentar encontrar uma solução que não a suspensão dos serviços nos horários determinados. Por conta disso, hoje e amanhã a direção do Hemopasso participa de reuniões em Porto Alegre onde serão estudadas alternativas para resolver o problema definitivamente: “para que Passo Fundo pare de financiar um serviço regional sozinha”, reforça.

Serviço será mantido

Com a suspensão das horas extras, a resolução temporária da situação e que vai permitir que o serviço continue, é a contratação emergencial de um profissional para trabalhar à noite e nos finais de semana e feriados. “Pelo menos até dezembro o serviço vai funcionar com essa solução”, destaca Pedro. De outro lado, ele reconhece a tarefa de tomar uma medida drástica. “Muitas decisões que deveriam ser tomadas no Hemopasso não eram tomadas pelas intenções que algumas pessoas tinham de concorrer a cargos. Então, as decisões espinhosas, que um administrador tem que tomar, sem passar a mão na cabeça de ninguém, não eram tomadas. A verdade é uma só: Passo Fundo não tem porquê sustentar sozinho um serviço que é regional, um prejuízo de R$ 50 mil por mês. Todas as cidades que se beneficiam do serviço, e o próprio Estado, tem que colocar a mão na consciência e ajudar a resolver o problema”, argumenta o diretor. Atualmente o município atende 107 municípios e 57 entidades conveniadas.

Gostou? Compartilhe