Aproximadamente 600 produtores rurais da região Norte do Estado, são esperados na sexta-feira (23), em Passo Fundo, para uma ampla manifestação contra a demarcação de terras pela FUNAI. Eles se concentram na Praça Tochetto a partir das 8h e seguem em caminhada até a Praça da Mãe Preta. Logo após, participam de uma audiência publica sobre o assunto com a presença do deputado federal Luiz Carlos Heinze.
São esperados produtores rurais de Passo Fundo, Getúlio Vargas, Erebango, Erechim, Vicente Dutra, Mato Castelhano, Ciríaco, Gentil, Marau e demais cidades da região. Os indígenas reivindicam 60 mil hectares no Estado, sendo que grande parte deles nesses municípios. Somente na região de Mato Preto, que compreende Getúlio Vargas, Erebango e Erechim são 350 propriedades rurais atingidas e aproximadamente 300 famílias de agricultores.
O presidente do Sindicato Rural de Passo Fundo, João Batista Fernandes da Silveira, destaca que os produtores são contrários a demarcação de terras, em especial por elas não resolverem a questão social dos indígenas. Ele observa que recente pesquisa encomendada pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e realizada pelo Datafolha aponta que os indígenas brasileiros não buscam terras, mas sim cultura, convivência em sociedade, melhores moradias e serem devidamente reconhecidos como cidadãos brasileiros.
Os produtores ainda questionam a legalidade das demarcações. Isso porque, segundo a Constituição Federal, artigo 67 das disposições transitórias, a demarcação das terras indígenas deveria ter sido feita até cinco anos após a promulgação da Constituição, ou seja, até 1993.
Produtores mobilizados contra demarcação de terras
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