O Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (Gesp) e o Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap/Sema) realizaram um mapeamento das degradações em Áreas de Preservação Permanentes de Passo Fundo e apresentaram para os membros do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Passo Fundo (CBHPF). Foram constatadas perdas ambientais ocorridas nos últimos seis anos em cerca de 15 áreas. O estudo foi baseado em denúncias realizadas pela população e em vistorias em banhados, rios, córregos, nascentes, matas ciliares, áreas úmidas, entre outras.
Entre os locais de maiores impactos ambientais estão a Baixada da Bom Jesus, Banhado da Vergueiro, Bairro Berthier, área localizada no Distrito Industrial, pedreiras de Passo Fundo (Bairro Petrópolis), Loteamento Independente I e II, localidade de Santo Antonio da Pedreira, obras do Par Planaltina, Bosque Lucas Araújo, Meandros do Rio Passo Fundo, Arroio Invernadinha, área localizada no Loteamento Cidade Nova e Estrada Transbrasiliana.
O estudo apontou que o crescimento do município não acompanha o planejamento necessário, principalmente em relação a sustentabilidade. “Muitos empreendedores são reincidentes e continuam a efetivar o dano ambiental, mesmo após interdições das áreas expedidas pelos órgãos de fiscalização”, declarou Cornélio.
As denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público Estadual/1 ª Promotoria de Justiça Especializada. Segundo o diretor do Gesp, Paulo Fernando Cornélio, a maioria das denúncias possui inquérito civil instaurado, sendo que alguns casos ainda estão correndo na justiça. “As perdas ambientais são irreversíveis e demonstram a grande perda da biodiversidade que vem ocorrendo no município”, disse Cornélio.
Conforme a responsável pelo Defap Defap, Maria Helena Bassan Benedetti, as ocupações e aterramentos para construção são preocupantes pelo impacto nas zonas urbanas e rurais. Segundo ela, na zona urbana, as consequências são desastrosas nas grandes enxurradas, devido à perda do efeito esponja proporcionado pelos banhados, pela mata ciliar, prejudicando a população ribeirinha. Já na zona rural com o desaparecimento dos banhados, das nascentes e da redução de faixas de proteção dos corpos hídricos correntes, a disponibilidade hídrica fica comprometida, principalmente em épocas de estiagens.
Gesp e Defap mapeiam áreas de preservação degradadas
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