“Minha opção de voltar ao Brasil em 2010 ocorreu porque eu já tinha uma ideia de quanto tempo teria ao lado dela” disse emocionado o técnico da seleção brasileira Luiz Felipe Scolari, durante o velório de sua mãe, Cecy Leda Gabriel Scolari, 89 anos, ontem, no Memorial da Vera Cruz, em Passo Fundo. Dona Leda, como era conhecida, faleceu segunda-feira à tarde, no Hospital São Vicente de Paulo, (HSVP). Ela estava internada desde o dia 30 de outubro, em razão de problemas provocados por uma pneumonia.
Felipão cumpria agenda em São Paulo quando foi informado da morte da mãe. Ele chegou a Passo Fundo, por volta das 2h10min de ontem, juntamente com a esposa Olga, e do auxiliar técnico, Murtosa, para acompanhar o velório e o sepultamento, que aconteceu às 13h de ontem, também no Memorial da Vera Cruz.
Ao lembrar da mãe, o técnico agradeceu pelos ensinamentos que o ajudaram na sua formação de pessoa, marido e de profissional. “Levarei isso comigo para sempre. Ela passou o melhor dos sentimentos, que é afeto que temos um pelo outro. Isso é o mais importante na vida” afirmou. Disse ainda ter ficado muito próximo da mãe nos últimos seis meses. Inclusive, durante o período em que ela esteve internada, por várias vezes veio a Passo Fundo visitá-la.
O técnico agradeceu pelo empenho e dedicação dos médicos, enfermeiros e funcionários do HSVP e mandou uma mensagem. “Quero aproveitar a oportunidade e dizer às pessoas que acreditem nos médicos, nos hospitais. Eles fazem diferença. Fizeram tudo que podiam quando se é profissional, mas acrescentaram carinho e amor. Eu sentia isso por parte deles” disse.
Mesmo com o estado de saúde bastante debilitado, dona Leda ainda teve forças para expressar seu sentimento ao receber a informação de que o filho era novamente técnico da seleção brasileira de futebol. “Eu não sabia disso, quando fui embora na terça-feira passada. Alguém contou para ela ou mostraram na TV, então reagiu com um olhar surpreso e movimentou a cabeça” revela Luiz Felipe, que pretende retornar na próxima semana para acompanhar a missa de sétimo dia.
Além de Murtosa, o ex-presidente do Grêmio, Luiz Carlos Pereira Silveira, o Cacalo, também esteve em Passo Fundo para prestar solidariedade ao amigo. Integrante da comissão técnica campeã mundial na Copa de 2002, o preparador físico, Darlan Schneider, definiu a avó como uma pessoa disposta e brincalhona. “Ela cativava a todos pela simplicidade” resumiu. Além de Felipão, Cecy deixou duas filhas, Cleusa, 68 anos, e Cleonice, 59.