BM prende 19 acusados de extração ilegal de pedras

Grupo foi autuado em flagrante na delegacia da Polícia Federal de Passo Fundo

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Uma operação da 2ª Companhia Ambiental da Brigada Militar de Cruz Alta, na fazenda Oriental, no município de Salto do Jacuí, região do Alto Jacuí, prendeu 19 pessoas acusadas de extração ilegal de pedras semipreciosas. Durante a ação, que iniciou quarta à tarde e terminou na manhã de quinta-feira, foram apreendidos ainda, oito veículos, 590 quilos de calcedônia, de onde se extrai o quartzo ágata, além de algumas ferramentas.

Responsável pela operação, o tenente da BM Fernando Hochmüller disse que a extração na propriedade, distante cerca de 80 quilômetros de Cruz Alta, ocorria há pelo menos três semanas. “Eles começaram em uma área ao lado, mas com a descoberta de uma grande quantidade da pedra na fazenda Oriental, acabaram migrando para o novo ponto”. Ainda conforme o militar, as denúncias que resultaram nas prisões partiram do dono do local.

Segundo ele, o grupo mantinha  um esquema organizado, inclusive com a participação de batedores para alertar sobre a aproximação da polícia. “Eles utilizavam um carro na rodovia e duas motos nas estradas. Quando percebiam alguma movimentação de  viaturas, avisavam rapidamente na fazenda” . No acampamento, havia cozinheiro e um borracheiro para dar assistência aos motoristas na estrada. “Eles tinham até um mecânico em prontidão na cidade” diz o tenente. Durante os finais de semana, grupos de até 150 pessoas se reuniam na área para extração do mineral.

Para desmontar o esquema, a BM teve o apoio do setor de inteligência da corporação. Na terça-feira, por volta das 13horas, 15 policiais seguiram para a fazenda em um caminhão sem identificação. Na propriedade havia aproximadamente 50 pessoas trabalhando na extração das pedras. Algumas conseguiram fugir pelo interior de um mato existente no local. Entre os presos, havia dos motoristas, cujos veículos já estavam carregados com as pedras.

Na tentativa de  dificultar o acesso da polícia ao interior da fazenda, os garimpeiros bloquearam o caminho com pedras. Encaminhado para a delegacia da Polícia Federal de Passo Fundo Federal, os 19 presos, todos moradores de Salto do Jacuí, seriam autuados em flagrante pelos crimes de usurpação do patrimônio da União, formação de quadrilha, crime ambiental e invasão de propriedade. 
   
“Cada um trabalhava por si”

Enquanto aguardava no pátio da Polícia Federal o registro do flagrante, um dos acusados, de 31 anos, negou a acusação de formação de quadrilha e afirmou que o grupo tinha ordem do proprietário para fazer a retirada das pedras. Desempregado, pai de um filho de oito anos, e com a mulher grávida, o homem que pediu para não ser identificado, disse que trabalhava no local há duas semanas. “Não existe isso de quadrilha, cada um trazia suas ferramentas e trabalhava por si. Sempre trabalhei nesse ramo. Preciso sustentar minha família” argumentou. De acordo com ele, o quilo do minério era comercializado por 90 centavos. Em um dia de trabalho, chegava a lucrar R$ 50. “A gente ainda pagava 35% para o dono da fazenda” afirma. No andamento das investigações, a polícia descobriu que as pedras eram compradas por um atravessador e posteriormente repassadas ao receptador. 

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