Passo Fundo fechou o ano de 2012 com número recorde de focos da larva do mosquito da Dengue. No total foram identificadas 33 larvas positivas para o mosquito que pode causar uma das doenças que não tem tratamento, a Dengue. Segundo a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental da Prefeitura, Elonise Dalpiaz, o número recorde de focos demonstra a gravidade da situação atual do município. “Há um aumento crescente de focos dos mosquitos, o que pode preceder a incidência da doença na cidade”, advertiu a responsável local pelo combate à doença.
De janeiro a dezembro, foram encontradas 33 larvas, sendo 19 do mosquito da Dengue e 14 do mosquito Aedes Albopictus. Embora não há casos confirmados da doença desde 2008, Elonise afirma que são necessárias medidas de urgência para evitar a proliferação do mosquito nas regiões onde foram localizadas as larvas. As últimas foram encontradas na última semana de dezembro em armadilhas localizadas nos bairros Petrópolis – na estação ferroviária – e 1º Centenário – na sede do PSF (Programa de Saúde da Família).
Atualmente, 32 agentes monitoram em Passo Fundo as 352 armadilhas e 256 pontos estratégicos usados para monitorar a presença desse inseto. Elas são feitas com restos de pneus. A água é colocada nestes recipientes, que são o ambiente onde a larva do mosquito se reproduz.
Fechando o cerco
Para evitar o alastramento do mosquito, as equipes da Dengue começam hoje o monitoramento das residências e estabelecimentos comerciais localizadas nos bairros Petrópolis e 1º Centenário. Os imóveis localizados num raio de 300 metros do local onde foram encontradas as larvas do mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue, passarão por uma varredura completa. A medida faz parte dos procedimentos obrigatórios e tem como objetivo orientar os moradores a identificar sinais de larvas em potes, vasos ou restos de objetos que armazenem água limpa. “Toda a vez que encontramos um foco, os agentes trabalham de forma intensa nas proximidades do local para evitar que a fêmea, que pode colocar até 400 ovos, possa ter disseminado seus ovos em outros locais próximos”, reforçou Elonise.
A agente Marisete Casanova faz parte da equipe de combate ao mosquito. Ela explica que encontra bastante resistência dos moradores. “Muitas casas estão fechadas. Em outras, os moradores tem receio em abrir a residência para realizarmos a vistoria e orientar quanto aos cuidados”, explicou.
Elonise reforça que todos os agentes contratados pela Prefeitura são identificados com uniforme e crachá e que em sinal de dúvida, o morador pode ligar para a Vigilância Ambiental para confirmar a identidade do agente, através do telefone 3046-0073.
Um bom exemplo
No Centro, a dona de casa Tânia Longhi, sabe muito bem da importância de cuidar da casa para evitar foco de dengue. Todos os baldes, vasos, garrafas e recipientes são esvaziados após o uso e virados para baixo. Além disso, Dona Tânia não utiliza pratos nos vasos de plantas e mantém uma rotina muito rígida para regar as folhagens. “Eu molho a planta direto na torneira e deixo o vaso escorrendo por um tempo na pia. Com isso, não acumula água. Acho que as pessoas devem manter o quintal limpo, porque uma casa pode infectar um bairro inteiro”, aconselhou. Ontem ela recebeu em sua casa a equipe de agentes da Dengue. “A Dona Tânia é um bom exemplo de como evitar o acúmulo de água junto a plantas e recipientes”, orientou Marisete.
Larva
A larva é o estágio inicial da formação do mosquito. Ela é encontrada em água limpa, podendo se desenvolver em água parada por cerca de sete dias. O mosquito demora cerca de três dias para começar a voar.
A doença Dengue
Não existe vacina e nem tratamento para a doença. A Dengue é uma doença séria e que pode levar a morte. A única forma de evitar a doença é se prevenir.
Positivo e Infestado
Positivo - quando são localizadas outras larvas dentro da mesma região.
Infestado - quando houver o registro de alguma pessoa com a doença.
Dicas
- Mantenha a tampa da caixa d’água sempre fechada. Se houver alguma rachadura, troque a caixa.
- Remova folhas das calhas, bem como tudo que possa impedir a água de correr.
- Não deixe água acumular em lajes e varandas.
- Lave com água e sabão locais de acumulação de água, como cisternas e piscinas.
- Trate com cloro a água das piscinas. As que estiverem fora de uso devem ser cobertas com lona para não servirem de criadouros.
- Jogue fora os pratinhos sob os vasos de planta.
- Não acumule pneus em casa.
- Acondicione bem o lixo de casa, especialmente garrafas e latinhas, e mantenha a lixeira fechada.