Depois de 21 anos, a Campanha da Fraternidade (CF) retorna ao tema da juventude. Com o lema “Eis-me aqui, envia-me!” e o tema central Fraternidade e Juventude, novamente a CNBB traz à discussão os jovens e a mudança de época vivida atualmente. Em 1992, o tema Juventude, Caminho Aberto já havia discutido e refletido sobre a inclusão dos jovens na evangelização.
“Este ano, o tema trata da juventude de forma geral e abrangente. Todo o trabalho, reflexão e conteúdo que será desenvolvido, aprofundado durante a Quaresma, de forma especial, neste ano de 2013, serão relacionados à juventude”, explica o padre Ladir Casagrande, coordenador da Pastoral da Arquidiocese de Passo Fundo.
O lançamento acontece sempre na Quarta-feira de Cinzas. Neste ano, será no dia 13 de fevereiro. “Depois do Carnaval, então, começa o período chamado Quaresma, e neste dia também é feito o lançamento da Campanha”, comenta o padre. De acordo com ele, a Campanha da Fraternidade tem como objetivo geral “acolher os jovens no contexto de mudança de época em que estamos vivendo, propiciando desta forma caminhos para o seu protagonismo, no seguimento de Jesus Cristo, bem como na vivência eclesial e na construção da vida, da justiça e da paz”, destaca.
Por isso, durante o período da Quaresma acontecem em todas as paróquias diversas celebrações. A primeira delas, que é a que abre o período, é a Quarta-feira de Cinzas, “onde acontece a celebração das cinzas, quando é feita a imposição das cinzas na cabeça das pessoas. É um rito que lembra também a finitude humana. Como seres humanos somos finitos e também somos pessoas que dependem completamente de Deus, somos também parte integrante do meio ambiente, na natureza, do planeta como um todo”, ressalta.
A seguir, todos os domingos, até a Páscoa, que este ano é no dia 31 de março, acontecem celebrações a partir da temática da CF “e também com encontros de grupos de família, com material todo preparado pela CNBB do Rio Grande do Sul. São vários encontros, celebrações para serem feitas nos grupos, nas famílias, na catequese, também nas escolas e nós, como arquidiocese, também estamos produzindo diversos materiais para facilitar a reflexão, o aprofundamento desta temática”, completa padre Ladir.
As Campanhas organizadas oficialmente pela CNBB começaram no ano de 1964. “Todos os anos é escolhido um tema, sempre a partir de uma realidade, de uma situação que a igreja percebe que precisa ser transformada, enfrentada, trabalhada, refletida, para melhorar esta situação. Existe uma equipe que coordena a Campanha da Fraternidade, onde é feita essa discussão. Muitas vezes acontecem sugestões, abaixo-assinados de grupos que se organizam para que entrem diversos temas como temáticas da Campanha. Este é o processo de escolha do tema, que vai se dando todos os anos para ser refletido na Campanha da Fraternidade”, explica.
Origem da Campanha da Fraternidade
A primeira Campanha foi realizada na arquidiocese de Natal em abril de 1962, por iniciativa do então administrador apostólico, dom Eugênio de Araújo Sales. O objetivo era fazer uma coleta em favor das obras sociais e apostólicas da arquidiocese. A comunidade rural de Timbó, no município de Nísia Floresta (RN), foi o lugar onde a campanha ocorreu, pela primeira vez.
O lançamento foi feito oficialmente numa entrevista do administrador apostólico da arquidiocese às Rádios Rural de Natal e Poty. Dizia, então, dom Eugênio: “Não vai lhe ser pedida uma esmola, mas uma coisa que lhe custe; não se aceitará uma contribuição como favor, mas se espera uma característica do cumprimento do dever; um dever elementar do cristão. Aqui está lançada a Campanha em favor da grande coleta do dia 8 de abril, primeiro domingo da Paixão”.
A experiência foi adotada, logo em 1963, por 19 dioceses do Regional Nordeste 2, nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. Em 1964, a CNBB assumiu a Campanha da Fraternidade.
(Fonte: CNBB)