Instituição realizou 232 procedimentos no ano passado, 9% a mais do que em 2011
O Hospital São Vicente de Paulo realizou 232 transplantes de órgãos e tecidos no ano passado, o que representa 9% a mais do que o realizado em 2011, quando a instituição fez 211 transplantes de rim, fígado, córnea e segmento ósseo. Há mais de 40 anos que o Hospital São Vicente realiza transplantes, sendo que o primeiro, um transplante pioneiro de córnea, foi em 1969. Em 2012, o trabalho que é efetuado pelas equipes transplantadoras, Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) e Organização por Procura de Órgãos e Tecidos (OPO) melhorou a vida de muitas pessoas. “Em janeiro de 2012, nós contávamos com 174 pacientes atendidos pelo HSVP na lista de espera por um transplante. Durante o ano realizamos 92 transplantes de córnea, 15 de fígado, nove de rim e 116 de tecido ósseo”, informou a assistente social da CIHDOTT, Gisiane Rodrigues.
Conforme levantamento da CIHDOTT, fevereiro foi o mês em que mais se realizou transplantes no HSVP. “Emplacamos o mês com 37 transplantes, sendo um de rim, dois de fígado, 17 de tecido ósseo e 15 de córnea”, destaca Gisiane. Já a lista de pacientes que necessitam de um transplante, ao mesmo tempo em que diminui, ganha novos nomes. “Atualmente 129 pessoas aguardam por um transplante, sendo 79 na lista de rim, 27 na de córnea e 23 na de fígado”.
Suporte profissional
Assim que o paciente do HSVP recebe a notícia da necessidade de um transplante, a equipe da CIHDOTT inicia um acompanhamento contínuo. “Durante todo processo do transplante surgem múltiplas questões relativas à adaptação às mudanças no estado de saúde, à capacidade funcional, às alteração das relações sociais, na dinâmica familiar, novas percepções de si mesmo em relação à revisão dos planos de vida e vários outros aspectos. O Serviço Social e Serviço de Psicologia da Comissão de Transplantes acompanham durante todo esse processo, que vai da inscrição na lista de espera, passa pelas internações hospitalares até o acompanhamento ambulatorial, com suporte ao paciente e seus familiares. Além disso, orientamos aos direitos que os transplantados possuem como medicação, transporte, entre outros”, ressaltou Gisiane.
Intervivos
Segundo dados do Ministério da Saúde, após entrar para a lista de espera por um transplante, o paciente pode levar até seis anos para conseguir um doador. Devido a esta demora, o transplante intervivos se tornou mais comum. Ele é feito desde a década de 50, quando foi realizado em Boston (EUA) e na França. A doação intervivos é permitida por lei entre parentes até o quarto grau e cônjuges; entre não parentes somente com autorização judicial.
Este é o caso dos irmãos Fabiano da Rosa de 23 anos (doador) e Flávio José da Rosa de 40 anos (receptor), que realizaram o transplante de rins em maio de 2012. No mesmo ano, outro transplante renal das irmãs Rosa Ferreira de Castro (receptora) de 45 anos e Terezinha Casanova (doadora) de 47 anos, marcou a doação intervivos. Porém, o destaque principal foi para a pequena Yasmim Farina de apenas um ano. Ao longo da trajetória de mais de 10 anos de procedimentos hepáticos no HSVP, a menina é a menor paciente já transplantada na instituição. A doação de uma parte do fígado veio do pai, Marcelo Farina.