Se o campo já foi considerado lugar calmo, onde tudo demorava a chegar, ou isolado demais, hoje não é mais visto com os mesmos olhos que inferiorizavam o bucólico. Essas características que iam contra a globalização venceram a era e agora são oportunidades de renda, com valor agregado, diferentemente de qualquer outro serviço, matéria-prima ou produto semifaturado que se possa produzir em uma área rural; na verdade, tudo isso está reunido e próximo do consumidor final. Não apenas os olhos de quem só consome e deseja calmaria são outros, como também os dos produtores e agricultores que moram no campo estão brilhantes de otimismo e demonstrando autoestima. “Muitos vizinhos e até gente da nossa família não acreditava que pudesse dar certo investir em turismo; tinham medo de abrir a propriedade para gente de fora. Mas, com uma boa projeção, o resultado vem gradativamente e hoje atendemos somente 30% da procura; há demanda e falta opção”, diz Carlos Leandro Lacorte, empresário do ramo. E é na simplicidade que o investimento dá retorno, já que “há exemplos de propriedades que a renda maior é proveniente do turismo”, afirma a assistente técnica regional da Emater/RS-Ascar, Luciana Gobbi.
Passou-se de uma cultura de subsistência, à cultura de larga escala e ao culto da permanência no campo e diversificação de cultivos. Políticas públicas é verdade, para a geração de renda interiorana, que combatem o êxodo rural, mas que também abrem os olhos de quem há um século vinha fazendo tudo da mesma forma. Cabe ressaltar que não necessariamente nessa ordem, já que há relatos de iniciativas privadas que surgiram antes das políticas governamentais. Em ambos os casos a fase é mais positivista ainda; aprende-se admirar o trabalho camponês e agregar valor a ele. E as formas de valorização do meio rural são amplas, já que as particularidades e belezas de um estado, região e cultura são muitas.
Potencial Turístico em Passo Fundo
As propriedades rurais de Passo Fundo são consideradas de pequeno porte. Segundo o engenheiro agrônomo da Emater/RS – Ascar regional, Ilvandro Barreto de Melo, 73% delas têm em média 50 hectares. Muitas não viabilizam economicamente a produção de grãos em larga escala, por exemplo, tida como herança cultural de cultivo na região. Por outro lado, abrem espaço para outras opções rentáveis: comportam cultivares que requerem espaços menores, como hortaliças e frutíferas, ou criação de animais e produção leiteira; não menos importante, também o turismo rural por terem atrativos como característica. E estes atrativos, despertam o interesse do público com os seguintes potenciais turísticos identificados: ecoturismo, turismo histórico, cultural, de lazer, gastronômico, de aventura e técnico-científico. Tudo isso já está em andamento há 15 anos, bem pertinho.
Apoio
Referências consolidadas e pontencial reconhecido. O município de Passo Fundo, através da Fundação Zoobotânica, Cultural e de Turismo da Roselândia (Funzoctur) e representada pelo secretário Daniel Benvegnú, pretende apoiar o turismo em propriedades rurais de Passo Fundo. ”Dentro do que cabe ao poder público e conforme a possibilidade, vamos dar continuidade e consolidar essa área do turismo”, afirma ele, também se referindo à viabilidade de construção do parque de águas termais no Complexo Turístico da Roselândia.