O Rio Grande do Sul é o Estado com maior incidência de ferrugem asiática na safra 2012/2013 de soja. Conforme dados do Consórcio Antiferrugem - uma parceria público-privada formada para monitorar e combater a doença, coordenada pela Embrapa Soja, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade de Passo Fundo (UPF) -, foram constatados, até esta terça-feira (05/02), 77 casos de ferrugem asiática nas principais regiões produtoras de soja do Estado. O Paraná é o segundo Estado brasileiro com maior incidência da doença, com 71 casos. “Mas estes números são muito maiores, uma vez que poucas amostras são encaminhadas para análise em laboratórios credenciados”, frisa o assistente técnico estadual em Soja da Emater/RS-Ascar, Alencar Paulo Rugeri.
A ferrugem asiática é uma doença fúngica que se espalha rapidamente em função da eficiente disseminação dos esporos do fungo pelo vento. As condições que favorecem o seu desenvolvimento são temperaturas próximas a 24ºC e 6h de molhamento das áreas cultivadas. A desfolha precoce, que impede a completa formação dos grãos, com consequente redução da produtividade, é o principal sintoma apresentado pelas lavouras.
Conforme Rugeri, para evitar prejuízos à produção, os produtores devem monitorar constantemente as áreas semeadas e atentar-se para a ocorrência da doença em outras regiões produtoras e demais Estados brasileiros. “Uma das táticas adotadas para verificar a presença do fungo numa determinada região é a instalação de ‘lavouras sentinelas’. Trata-se de áreas semeadas cerca de 20 dias antes da época normal e que não recebem o tratamento de fungicidas, onde o monitoramento é feito”, explica Rugeri. O produtor deve realizar o tratamento químico com produtos adequados somente se forem constatados casos em áreas próximas. “Isso evita aplicações desnecessárias”, destaca Rugeri.
“A ferrugem surge, inicialmente, no terço inferior da planta, portanto, o produtor deve coletar folhas nessa região e fazer a verificação. Quando a lavoura está ‘fechada’, criam-se condições favoráveis ao desenvolvimento do fungo. Entretanto, a doença pode atacar a planta em qualquer fase da cultura, sendo maior o risco a partir da fase do florescimento”, ressalta Rugeri.
Pontos minúsculos na folha, com saliências na face de baixo da mesma (abaxial), sem halo amarelo ao redor das pontuações, são os principais sintomas da ferrugem asiática. “Se o produtor constatar essas características, deve encaminhar uma amostra para os mais de dez laboratórios credenciados no Estado, que analisam gratuitamente o material. Além disso, deve intensificar o controle com a aplicação dos fungicidas adequados”, explica o assistente técnico estadual em Soja da Emater. “Dependendo do grau de infestação, as perdas podem chegar a 80%”, alerta Rugeri. Para maiores informações sobre a ferrugem asiática e o Consórcio Antiferrugem, acesse o site.