Vinícius Flores de Oliveira (3 anos) e Fábio de Oliveira Martins (1 ano) estão no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo desde o nascimento. Vini, como é chamado pela equipe médica e de enfermagem, nasceu com dificuldades respiratórias e hipotonia, uma diminuição no tônus muscular que deixa a criança sem sustentação, parecendo uma “boneca de pano” ao ser posta no colo. Já o Fábio, nasceu com escoliose e com a medula óssea grudada. As dificuldades para respirar também surgiram devido ao pulmão direito ter sido comprimido pela má formação da coluna. Ambos foram dependentes de ventilação mecânica desde o primeiro dia de vida, e as chances de um dia irem para casa eram remotas. Realidade que deu uma reviravolta e tornou possível, Vini e Fábio conhecerem seus lares e o mundo fora do hospital.
Fábia Dallpuppo Flores, mãe de Vinícius, nunca desistiu de sonhar e desejar que um dia levaria o filho para casa, em Sarandi. “Sempre tive certeza de que uma hora esse momento iria chegar. Esses três anos e sete meses foram muito complicados para nossa família, pois tenho mais duas filhas e tinha que deixá-las em casa para acompanhar o tratamento e a vida do Vini”, salientou.
A mãe perdeu as contas de quantas vezes veio de Sarandi para Passo Fundo, só não se esquece de uma das vezes em que voltava para casa e sofreu um acidente. “Era uma rotina cansativa, mas não queria deixar de acompanhar o crescimento e evolução dele. A equipe sempre cuidou do meu filho com muito carinho. Foram eles que deram parte da educação que o Vini tem hoje, e isso não tem dinheiro que pague. Ele é uma criança muito inteligente e carinhosa, um filho perfeito”, conta Fábia.
Não foi diferente para Maria Ceolir Mainardi de Oliveira. A mãe do Fábio, também passou por diversas dificuldades durante o tempo em que o filho permaneceu internado. “A gente muda toda a nossa vida para ficar perto dos filhos. A família ficou dividida, o marido e o filho mais velho ficaram em Dois Irmãos das Missões e eu aqui. São poucas as vezes que conseguimos nos encontrar, mas agora, se Deus quiser, voltaremos a ficar juntos”.
A pediatra, Dra Jaqueline Cabeda, que acompanha o caso dos meninos, salienta que após todo esse tempo eles evoluíram para a respiração espontânea, e estão prontos para ir pra casa. “Estão com alta hospitalar, mas ainda precisam de alguns aparelhos que os ajudarão nessa nova fase de adaptação. Sem o torpedo de oxigênio, o aspirador, o oxímetro de pulso, a Sonda de aspiração e o TD Ayre eles não podem ser liberados”, evidencia.
A ansiedade das mães aumenta a cada dia, mas ambas estão cientes de que sem os aparelhos o melhor a fazer é esperar. “Se eu pudesse, iria correndo comprar tudo que precisa, mas nossas condições financeiras não permitem”, confessa Fábia. “Já entramos com solicitação na prefeitura, mas o processo para conseguirmos comprar os aparelhos é demorado e não sabemos quanto tempo mais teremos que esperar. Já esperamos tanto”, disse Maria Ceolir.
O desejo das mães é conseguir uma doação para que a espera, que já foi longa, diminua. “O Vini, que tem um apego muito grande com a equipe, já começou a se despedir. Toda hora ele pede quando iremos para casa”, contou Fábia.
Crianças precisam de auxílio para dar alta hospitalar
· 2 min de leitura