A missa que inaugura nesta terça-feira, 19, o pontificado do papa Francisco deve reunir 132 delegações estrangeiras, incluindo presidentes e primeiros-ministros, além de 32 líderes de várias religiões – orientais cristãs, muçulmanas, judaica e budista, por exemplo. Também são esperados reis, rainhas e príncipes. O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse que os números só serão fechados à noite. A missa está marcada para as 9h30 (5h30 de Brasília) e deve durar cerca de duas horas. Antes da missa, há rituais que são acompanhados pelos patriarcas das igrejas católicas orientais, demonstrando a integração das religiões.
Além das presidentes brasileira Dilma Rousseff e argentina Cristina Kirchner, estarão na cerimônia a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, e o duque de Gloucester, Richard Alexander George, representando a rainha do Reino Unido, Elizabeth II. A delegação italiana é a maior, com mais de 20 pessoas, seguida pela da Argentina que tem 19 pessoas. A delegação italiana é chefiada pelo Presidente da República, Giorgio Napolitano, que será acompanhado pelo presidente do Conselho de Ministros, Mario Monti. Participarão também os novos presidentes da Câmara, Laura Boldrini, e do Senado, Pietro Grasso, entre outros.
Nesta segunda pela manhã, o papa recebeu a presidente argentina e o secretário de Estado, Tarcisio Bertone, na Casa Santa Marta – onde está hospedado até a conclusão das obras no apartamento papal, no Palácio Apostólico. O papa almoçou com a presidente argentina.
Elogio
A presidente Dilma Rousseff disse esperar que o papa Francisco compreenda as diferentes opções adotadas pelas pessoas. Segundo ela, o mundo atual pede essa compreensão. A presidenta elogiou a iniciativa do papa de dar atenção aos pobres. Segundo ela, o papa Francisco “tem um papel importante a cumprir”. “É uma postura importante”, ressaltou Dilma referindo-se à preocupação do papa com os pobres. “É claro que o mundo pede hoje, além disso [da preocupação com os pobres], que as pessoas sejam compreendidas e que as opções diferenciadas das pessoas sejam compreendidas”, acrescentou. A presidenta disse também que é uma honra para a América Latina ter um papa nascido na região. O papa Francisco, antes cardeal Jorge Mario Begoglio, nasceu na Argentina. “Um papa latino-americano é uma honra pra a América Latina”, disse.
Anel de prata
O papa Francisco o anel do pescador, um dos principais símbolos do pontífice. Mas o anel que o papa usará não é de ouro, é de prata dourada. O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, não informou a razão de o anel não ser de ouro. O papa passará a usar o símbolo no dedo anelar da mão direita. Há informações de que o modelo de anel usado pelos papas que antecederam Francisco era de ouro. Cada papa recebe um anel do pescador especialmente feito para ele. Na joia, há o nome do papa e o de São Pedro, além da imagem do santo com as chaves. O anel do pescador tem esse nome também para simbolizar o chamado de Cristo para que o papa seja o “pescador de homens". É uma alusão a São Pedro, que era pescador e foi o primeiro papa da Igreja Católica Apostólica Romana. O anel será colocado no anelar da mão direita do papa Francisco pelo decano do Colégio dos Cardeais, Angelo Sodano. O modelo do anel foi desenhado pelo artista italiano Enrico Manfrini e o secretário do papa Paulo VI, monsenhor Pasquale Macchi.