A manhã foi de tristeza para a comunidade de São Roque. A seriedade que tomou conta das conversas dos alunos os fez esquecer das tradicionais brincadeiras de 1º de abril. A notícia de que a escola passaria a funcionar em turno único era séria e fora anunciada por representantes da 7ª Coordenadoria Regional de Educação (7ªCRE). Pais e crianças protestaram contra a decisão unilateral de funcionamento da escola em turno único e de união de turmas de diferentes séries.
A diretora da escola Rosana Araldi contou que os pais já estavam na escola à espera dos representantes da 7ªCRE preocupados com a situação da educação dos filhos. Ela reclama da falta de documentação por parte da coordenadoria orientando sobre como proceder na escola. “A comunidade nunca foi convidada para participar dessa discussão. A decisão da escola é continuar funcionando em dois turnos porque a comunidade decidiu assim e eu represento a comunidade”, afirmou a diretora. Além da manifestação dos pais em frente à escola, eles realizaram uma caminhada de oração até a Igreja de São Roque. A diretora escreveu ainda uma carta a ser entregue à promotora Ana Cristina Ferrareze Cirne relatando a situação da comunidade.
Preocupação
A mãe Andriele Zanotto tem duas filhas estudando na escola, Emanuelly e Gabrieli. Para ela, que é neta do fundador da escola, a decisão não representa o comprometimento com a qualidade da educação. Ela também foi aluna da Abhramo Ângelo Zanotto e passou por uma situação semelhante. “Já estudei com mais de uma turma em uma sala de aula e não funciona. O aluno não tem como aprender”, lembrou. Para ela, a escola que já tem mais de 50 anos é um ponto de referência para a comunidade. “Já tivemos promessa de construção do asfalto, de desenvolvimento da localidade, mas não temos nada fixo. A escola é a nossa única referência. É minha raiz. É isso que ela representa pra mim”, disse.
Gerenciamento
A coordenadora da 7ªCRE Marlene Silvestrin reafirmou que esta é uma medida de gerenciamento de recursos humanos e de responsabilidade com gastos. “Somos sensíveis aos apelos da comunidade, mas o gestor tem que ter responsabilidade com o gerenciamento daquilo que está comprometido enquanto espaço de equalizar recursos humanos”, reiterou. Ela destacou que solicitou aos pais que formem uma comissão para ir até a Coordenadoria e conversar e avaliar outras possibilidades. “Nesse momento, com esse número de alunos, não é viável a escola abrir nos dois turnos”, pontuou. A diretora da escola permanece com 30 horas e as professoras excedentes serão remanejadas. “Temos que garantir o direito de todos. Não há como garantir o direito de todos com uma série de primeiro ano com dois alunos e de terceiro ano com três, podendo unir essas turmas e racionalizar os recursos humanos”, exemplificou a coordenadora sobre os motivos que levaram a tomada de decisão.