Nova cultivar de cevada cervejeira

Seus grãos alcançam classificação média superior a 85% de Classe 1 e o malte apresenta perfil de qualidade que atende as especificações da indústria cervejeira.

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A cultivar BRS Itanema é o lançamento da Embrapa Trigo e da Malteria do Vale para atender a demanda de cevada cervejeira nos cultivos irrigados de SP, GO, MG e DF. No Brasil, a área de cevada deverá crescer 15%, ultrapassando os 120 mil hectares. O período de semeadura se estende até meados de julho.  A cevada cervejeira BRS Itanema apresenta ciclo precoce e superior tamanho de grãos, além de potencial de rendimento superior a 7.000 kg/ha com adaptação às principais regiões irrigadas de SP, GO, DF e MG.

Seus grãos alcançam classificação média superior a 85% de Classe 1 e o malte apresenta perfil de qualidade que atende as especificações da indústria cervejeira. Com ciclo de uma semana a dez dias mais curto que as demais alternativas em cultivo, BRS Sampa e BRS Manduri, a BRS Itanema será alternativa importante e vantajosa para o mix de cultivares praticado pela indústria de malte. A cultivar é fruto da parceria entre a Embrapa Trigo e a Malteria do Vale e foi apresentada durante a 29ª Reunião Nacional de Pesquisa de Cevada, nos dias 16 e 17 de abril. A área de cevada no Brasil cresce pelo terceiro ano consecutivo, apesar das frustrações com o clima que levaram a quebra de 30% na última safra. A previsão é chegar aos 123 mil hectares (ha) neste ano, distribuídos no RS (63 mil ha), PR (53 mil ha), SC (4 mil ha) e SP (3 mil ha). O rendimento médio projetado é de 3 mil kg/ha.           

Para o pesquisador da AmBev, Mauri Botini, “a cevada do Brasil não fica atrás para qualquer cevada do mundo. Nós temos excelente produtividade, qualidade e produção de malte. O grande limitador é o clima. Gostaríamos de não precisar importar cevada da Europa e sim gerar divisas aqui, na América Latina”, afirma Mauri, lembrando que o clima frustrou a produção nos três principais países produtores na América Latina – Brasil, Argentina e Uruguai, responsáveis por 70% da produção de malte da AmBev. A expectativa da empresa, líder mundial no segmento de cervejas, é crescer 20% ao ano na área de cevada cervejeira no Brasil, especialmente nas regiões onde a qualidade dos grãos é mais estável. Somente em 2012, o número de produtores ligados à empresa aumentou em 33%, localizados em grande maioria no Rio Grande do Sul.

Estudo apresentando pelo pesquisador da Cooperativa Agrária, Noemir Antoniazzi, avaliou que, desde a década de 70, quando iniciaram as pesquisas com melhoramento de cevada no Brasil, o rendimento médio das lavouras passou de 1.700 kg/ha para 4 mil kg/ha. O teor de proteínas, indicativo de qualidade para a indústria, reduziu de 14 para 10% e o extrato de malte passou de 80 para 84% (avaliação com base nas sete cultivares mais plantadas no estado do Paraná no período 1973-2012). “O esforço da pesquisa possibilitou aumentar a competitividade da cevada brasileira frente à concorrência externa”, afirma Antoniazzi.
 
Comparativo e estimativa (abril/2013)
Safra 2011 2012 2013 Área (mil ha) 94 110 123 Produção (mil toneladas) 317 255 350 Qualidade de malte (%) 85 67 80 Rendimento (média kg/ha) 3.376 2.302 3.000

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