O mapeamento de genes relacionados à resistência do trigo, à ferrugem, e a outras doenças é uma tecnologia ainda pouco utilizada no Brasil, mas que agiliza o desenvolvimento de novas cultivares. A pesquisadora passo-fundense Sílvia Barcellos Rosa concluiu recentemente o curso de doutorado pela University of Manitoba, no Canadá, e conseguiu avanços importantes nesse sentido. Após quatro anos e meio vivendo no exterior ela traz a Passo Fundo novas técnicas que permitirão desenvolver a cultura do trigo no Brasil e no exterior.
A pesquisa desenvolvida por Sílvia teve como base a cultivar de trigo brasileiro Toropi. Lançada em 1965, a variedade apresenta uma resistência diferenciada em relação a ferrugem do trigo que até hoje não foi prejudicada por mutações no fungo causador da doença. O fungo causador da ferrugem sofre frequentes mutações que o torna capaz de atacar variedades inicialmente considerados resistentes. O trabalho buscou identificar quais são os genes que conferem resistência à ferrugem da folha e linear (amarela) em Toropi e os localizar na sequência do DNA do trigo. Pesquisas para identificação dos genes de resistência à ferrugem do colmo estão em andamento. Conforme a pesquisadora, a resistência apresentada pela cultivar Toropi tem importância mundial porque são poucos os genes que são tão duráveis.
O uso de marcadores moleculares, que podem ser explicados como etiquetas de identificação de genes, permite anteceder a verificação da presença de características específicas nas plantas por meio de análises de DNA. “No caso de resistência a doenças, conseguimos por análise genética, mesmo quando a planta é pequena, identificar se ela possui ou não os genes de resistência. De outra forma, se não tivéssemos como fazer essa análise genética, teríamos de esperar a planta desenvolver completamente e fazer a inoculação do fungo para saber se ela é ou não resistente”, explica.
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