A médica Karen Oppermann Lisbôa da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo e do Hospital São Vicente de Paulo, junto com sua aluna de mestrado, Dra. Verônica Colpani, associados a Dra. Polimara Spritzer da UFRGS, apresentou um poster no ENDO 2013 na cidade de San Francisco, Estados Unidos. Este estudo vem avaliando um grupo de mulheres de Passo Fundo há 16 anos. Neste período, foram estudados vários aspectos, como o uso ou não de reposição hormonal, nestas senhoras, que estavam no período da peri menopausa. Além disso, foram analisadas as doenças que existiam no início e as que surgiram com o passar dos anos.
Na presente avaliação, foram verificadas as causas de morte de 39 mulheres do grupo. As principais foram as doenças cardiovasculares e o câncer. Para uma maior precisão, controlou-se o efeito da idade e do tabagismo; com isso, verificou-se que os principais fatores associados a mortalidade eram a presença de diabetes, o aumento de gordura na região do abdome e o uso de álcool.
Como estas mulheres são uma amostra toda a população feminina de Passo Fundo, fica ressaltado que a presença de diabete e obesidade localizada no abdome devem ter uma atenção especial. A obesidade e diabetes do adulto (tipo 2) podem ser prevenidas com alimentação saudável e exercícios, que devem ser estimulados em qualquer idade. No período da menopausa, entretanto, a mulher fica mais vulnerável as doenças do coração, sendo necessário um cuidado redobrado. Não houve relação com o uso ou não da reposição hormonal.
Estes achados reforçam outros descritos na literatura e avançam o conhecimento. Podem, também, auxiliar nas estratégias de saúde do município que devem ser, cada vez mais, estimular mudanças de estilo de vida.
A Faculdade de Medicina da UPF e o Hospital São Vicente sentem-se satisfeitos por estarem apoiando a pesquisadora e seu grupo de colaboradores. Possivelmente este seja o único centro com um estudo sobre este tema de seguimento tão longo no Brasil. O esforço da professora Karen tem frutificado com publicações em revistas internacionais e com a formação de alunos, mestres e doutores. Estes estudos, no nosso meio, ajudam a entender melhor e auxiliar as mulheres no climatério.