O primeiro transplante de córnea foi realizado em 1905 pelo austríaco Edward Zirm. No Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), de Passo Fundo, o primeiro transplante aconteceu em 1996, iniciando também a trajetória de transplantes no hospital. Desde lá, obtivemos avanços muito significativos. Atualmente no HSVP, o oftalmologista Dr. Paulo Silber é precursor do transplante lamelar profundo no interior do estado.
O transplante lamelar profundo teve seus estudos iniciados na década de 50. O procedimento consistia na troca de parte da córnea e não sua espessura total. Porém, a transparência da córnea após esses transplantes era inferior aos transplantes de espessura total. Nos anos 80 e 90 foram retomadas as pesquisas dos transplantes lamelares pela dissecção com ar da última camada de células durante o transoperatório, que permitiu a troca de toda córnea, exceto o endotélio. “Com isso, preserva-se o que o paciente tem de melhor, diminui-se o tempo de recuperação, o risco de rejeição e de complicações graves que podem ocorrer devido a descompressão que é promovida na técnica convencional. Além disso, o cirurgião faz a cirurgia com o olho praticamente fechado, expondo menos o seu paciente ao ambiente”, explica Silber.
Com esta técnica já foram feitos mais de 20 procedimentos no HSVP, de pacientes com idades variadas e com resultado pós-operatório significativamente superior à técnica convencional em relação ao tempo de recuperação, rejeição e controle do astigmatismo. “No transplante lamelar profundo disseca-se toda a córnea em profundidade, exceto a última camada de células, chamadas células endoteliais, que são responsáveis pela manutenção da transparência do tecido. Em jovens que possuem ceratocone esta técnica é muito benéfica, pois com outros procedimentos ocorre uma degeneração da córnea, que promove aumento do astigmatismo e miopia. Com o transplante lamelar profundo, o endotélio, a última camada, é sadio e pode ser preservado”, ressalta o cirurgião.
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