Cerca de 160 médicos residentes pararam as atividades no início da tarde de ontem em Passo Fundo. A manifestação envolveu residentes da associação do Hospital São Vicente de Paulo e do Hospital da Cidade. Segundo Elias Sato, presidente da associação do Hospital da Cidade, os residentes não paralisaram os atendimentos, mas saíram às ruas para se manifestar, entregando panfletos com as reivindicações à população.
Um das principais lutas apresentadas diz respeito à saúde pública. De acordo com Sato, hoje Pronto Socorro do Hospital da Cidade conta com 58 leitos, mas ontem tinha mais de 130 pacientes internados. “Não paralisamos os atendimentos para não prejudicar a população, mas precisávamos mostrar que falta infraestrutura. Hoje existem médicos suficientes para suprir a necessidade, mas o que não existe são investimentos suficientes em infraestrutura”, explica.
A manifestação realizada ontem foi decidida em assembleia realizada na noite de segunda-feira entre todas as entidades médicas. Na mesma ocasião ficou definido que nos dias 30 e 31 de julho os residentes irão sim parar com os atendimentos. “No dia 30 vamos nos concentrar na Praça Tamandaré das 13h às 15h e nesse período não atenderemos”, salienta Sato.
Panfletos
Durante a manifestação, os médicos residentes entregaram três panfletos diferentes à população. Um deles fazia duras críticas aos governos, especialmente sobre a gestão do Sistema Único de Saúde. No que se refere à falta de médicos interessados em trabalhar em pequenas cidades e unidades de saúde de bairros, as associações, assim como a classe médica, defendem a instituição da carreira de estado, tal como acontece com os promotores públicos e juízes, por exemplo.
Em outro panfleto, os residentes relacionaram os valores pagos pelo Sistema Único de Saúde para determinados procedimentos em comparação com outros serviços, tais como estética, cuidados com os cães. Por exemplo: numa coluna colocaram o valor pago pelo SUS para uma cesariana (R$ 18040) e na outra o valor de uma pintura de cabelo (R$ 190).
Médicos residentes paralisam atividades
Dia 30 de julho – das 13h às 15h e estarão concentrados na Praça Tamandaré
Dia 31 de julho
