“Atualmente a paternidade está assumindo múltiplas características e se remodelando gradativamente. O pai atual é mais afetivo e auxilia na educação e cuidado dos filhos devido à forte inserção da mulher no mercado de trabalho, e nas atividades sociais, que vão além dos cuidados domésticos”. A afirmação do psicólogo, e pai, Luiz Ronaldo Freitas de Oliveira explica o que é ser pai em um novo tempo.
O compartilhamento nas tarefas da educação dos filhos é que o tem garantido uma maior afinidade e aproximação. Afinal, é no cuidado diário que se estabelecem os vínculos, que se fortalece a confiança. “Esta nova configuração familiar e social exige do pai comprometimento, parceria e muito afeto para com a esposa e principalmente com os filhos no que diz respeito aos cuidados diários como: higiene, lazer, educação e imposição de limites. Percebe-se uma mudança rápida e radical no perfil do pai atual e estas questões impõem um novo perfil, que despontam como uma oportunidade de estarmos mais perto dos filhos e desfrutar maravilhosa função paterna. Precisamos, enquanto pai, assumir estas atribuições e nos tornarmos verdadeiramente importantes para os nossos filhos”, salienta Oliveira.
Criando vínculos
Troca... de afeto, de carinho, de respeito, de limites, de amor. Essa via, de mão-dupla, é o que define a criação de vínculo entre as pessoas. Quando se trata de pais e filhos, a questão começa pela necessidade de sobrevivência, mas evolui para afeto e ternura, conforme explica Oliveira: “o ato de vinculação representa um processo ativo de duplo sentido, sendo cada resposta influenciada retroativamente, de trocas constantes de respeito, cuidado, limites e principalmente de amor. Assim, os vínculos afetivos são características internas e sua existência pode ser observada através dos comportamentos de cuidados e proximidade, que possibilitam ao filho manter uma relação saudável com a figura paterna”.
Desafiando o mundo
Se antigamente a figura paterna era vista com a limitação pela palavra de ordem, ou pela palavra final das decisões, hoje os pais estão mais maleáveis e mais atentos às demais necessidades de seus filhos. Precisam impor limites, sim, mas podem também participar de outras experiências. “O principal desafio de ser pai no mundo de hoje consiste na possibilidade de manter a convicção de que os filhos necessitam do pai em todos os momentos da vida. Os filhos precisam de afeto e limites na medida ‘certa’ e ‘acertar’ nem sempre é fácil. Ser um pai suficientemente bom é um desafio que precisa ser superado na convivência diária com os filhos. Portanto, não podemos desistir dos nossos filhos em nenhum momento da vida, pois não estar perto é um risco que pode nos proporcionar sofrimento e dor no futuro”, comenta Oliveira.
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