“Nós não podemos nivelar, achar que todos os deficientes são iguais. Às vezes temos dois autistas estudando, um se desenvolve de uma forma e outro se desenvolve de outra. Isso não é matemático. A gente tem um lema: não vamos restringir direitos, vamos ampliar direitos: escola comum mantendo sua obrigação de atender e a escola especial atendendo aquele que não se adequa ao sistema comum. É a família deve avaliar o que é melhor para os seus filhos”, defendeu o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), que também é presidente da Federação das Apaes de Minas Gerais.
Ainda segundo o deputado Eduardo Barbosa, o relatório do senador José Pimentel (PT-CE) – aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que mudou a meta 4, tem outros problemas.
“Ele [o texto] congela até 2016 as matrículas nessas escolas especiais. Outro problema, é que o texto diz que as escolas para surdos tem funcionar só dentro das escolas comuns, mas é importante lembrar que os surdos também defendem a escola especial bilíngue só deles, porque para desenvolver a Língua Brasileira de Sinais, eles precisam conviver entre eles”, acrescentou o deputado.
“O que está acontecendo hoje é que essa experiência de integração nas escolas públicas não tem sido vitoriosa, tem sido extremamente complexa. Me parece que as duas posições estão corretas, a ideia de incluir cada vez mais essas crianças numa vida social mais intensa é muito importante, mas nós não podemos permitir que a entrada despreparada nesses espaços públicos termine dificultando mais as suas vidas, levando a bullying e a uma série de constrangimentos e dificuldades no aprendizado”, disse a senadora Lídice da Mata (PSB-BA).
A proposta do Plano Nacional de Educação está na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e na semana que vem deve seguir para a Comissão de Educação (CE) onde terá o mérito analisado, antes de ir para votação no plenário da Casa. Segundo o senador Cyro Miranda (PSDB-GO), presidente da CE, a intenção é que o texto da Câmara seja resgatado na comissão.
Para construir um entendimento entre governo e representantes de entidades de pessoas com deficiência, o senador Paulo Paim (PT-RS) vai tentar intermediar um encontro de representantes dessas entidades com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.