Sobra chuva, falta sol e faltou pouco para nevar

Falta de luminosidade pode retardar o desenvolvimento das culturas de inverno

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Faltou pouco. Apesar das condições serem muito favoráveis à ocorrência de neve um detalhe na temperatura impediu que o fenômeno fosse registrado em Passo Fundo. No entanto, não faltaram relatos de passo-fundenses que dizem ter vista neve na noite de segunda-feira. De acordo com o observador meteorológico da Estação Meteorológica da Embrapa Trigo/Inmet Ivegndonei Sampaio a temperatura mínima de 1,8ºC registrado no início da madrugada de terça-feira não foi o suficiente para permitir a neve. Segundo ele, o ideal seria uma temperatura abaixo de 1ºC. No mês, em pelo menos sete dias não houve registros de insolação, o que pode representar um retardo no desenvolvimento das culturas de inverno.

As temperaturas da madrugada de terça-feira tiveram uma oscilação entre 1,8ºC e 3ºC. “Tínhamos umidade, nebulosidade e precipitação, só não tivemos temperatura na superfície de 0ºC a 1ºC para que ocorresse a formação da neve”, esclarece. Na região, em Ibiraiaras o fenômeno foi registrado e em Gentil há alguns relatos embora não esteja confirmado se foi neve ou chuva congelada segundo Sampaio. “A partir de terça-feira a umidade relativa do ar começou a baixar e o ar polar deve começar a atuar”, acrescenta Sampaio. Na manhã de ontem, às 9h, o termômetro marcava 2,5ºC. Em alguns momentos a sensação térmica chegou a -3ºC.

Na quarta-feira a temperatura mínima deve ser de 3ºC e a máxima deve ficar em 12ºC. Na quinta-feira a mínima fica em 6ºC e a máxima já alcança os 22ºC. Na sexta-feira as condições são as mesmas. No sábado a temperatura máxima pode alcançar os 26ºC e deve haver um aumento da nebulosidade novamente.
Embora o mês de agosto esteja com as temperaturas abaixo da média, até o momento não foi registrada nenhuma temperatura negativa. Outra característica que tem marcado o mês são os dias de céu encoberto. “O mês de agosto teve sete dias sem insolação sendo que quatro ocorreram do dia 23 até o dia 26. Isso significa que tivemos sete dias em que praticamente o sol não apareceu”, pontua Sampaio. A baixa luminosidade e a umidade excessiva têm reflexos diretos nas culturas de inverno.

Pouca luz
O engenheiro agrônomo da Emater Regional de Passo Fundo Cláudio Dóro explica que o excesso de umidade e a baixa luminosidade deixam os produtores rurais preocupados. No caso do trigo, que é a cultura de maior expressão econômica na safra de inverno ocupando cerca de 77 mil hectares, a maior parte das lavouras encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo 30% e elongação 70%. “Nessa fase, a cultura tolera bastante baixa temperatura e até formação de geada não traria problema. O que preocupa é o excesso de umidade e a baixa luminosidade. Esse quadro é muito propício ao desenvolvimento de doenças fúngicas, principalmente manchas foliares e ferrugem”, explica Dóro.

A baixa luminosidade pode retardar o crescimento das plantas, mas ainda não preocupa em relação a perdas econômicas. “Fica o alerta ao produtor para que faça monitoramento constante principalmente pelas condições favoráveis ao desenvolvimento de doenças. Duas vezes por semana, no mínimo, ele deve entrar na lavoura”, reforça lembrando que já há registros de manchas foliares, no trigo, e do mosaico, na aveia branca e na cevada.

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