A expectativa de rendimento da canola para esta safra é superior a 30 sacas por hectare. Com boas perspectivas de produtividade e o preço, equiparado ao da soja, em alta, é hora de o produtor estar atento ao momento da colheita para evitar perdas. O tema foi um dos abordado durante a Abertura Nacional da Safra da Canola que aconteceu na manhã de ontem no Centro de Eventos da UPF e reuniu centenas de produtores, estudantes e técnicos para conhecerem as novidades em relação à cultura.
O pesquisador da Embrapa Trigo Gilberto Tomm foi o primeiro a palestrar. Além de apresentar os diversos fatores que fazem da canola uma aposta segura como cultura de inverno, especialmente para a rotação de áreas de plantio, ele esclareceu detalhes que evitam perdas no momento da colheita. A canola tem uma vantagem em relação aos demais cereais de inverno que é a de emitir diversas camadas de flor especialmente quando ocorrem intempéries como as geadas, por exemplo. No entanto quando isso acontece a maturação das sílicas e formação dos grãos não acontece de maneira uniforme. “A flor que foi fecundada hoje em relação a uma que foi fecundada há 50 dias tem a formação e enchimento de grãos em momentos distintos”, esclarece enfatizando o longo período dede floração.
Enleiramento
O corte e enleiramento das plantas é uma das formas de evitar as perdas decorrentes destas situações. Após o manejo, a uniformização da maturação demora até quatro dias em condições de sol e até 10 dias em condições não tão favoráveis. “Um aspecto que ainda não sabemos muito bem como funciona é que com o enleiramento a sílica murcha e segura os grãos e não tem tanta debulha como naquelas plantas que foram cortadas ou na planta dessecada. Não recomendamos dessecação”, acrescenta. As plantas enleiradas também apresentam menos perdas em casos de ventos, por exemplo.
O corte e enleiramento também permitem antecipar a área de plantio para a cultura subsequente, porque não é possível semear a soja ou o milho imediatamente após a retirada da canola. É necessário esperar 20 dias para não comprometer o desenvolvimento inicial das culturas de verão.
Colheita direta
Nas variedades de ciclo precoce a maturação acontece uniformemente e permite a colheita direta quando não ocorrem geadas muito fortes. Nesses casos é recomendável que o agricultor espere o máximo possível para proceder a colheita. “O produtor deve estar atento às previsões do tempo para que, não tendo previsão de fortes vendavais ou frentes frias com chuvas e temporais, ele possa esperar que chegue a umidade chegue o mais próximo dos 10% para que o enchimento de grãos esteja completo e facilite a colheita”, justifica Tomm.
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