Doenças ainda não prejudicam trigo, mas clima preocupa

Possibilidade de retorno de geadas deixa produtores apreensivos

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As doenças que apareceram nas lavouras de trigo no último mês não chegaram a prejudicar o bom andamento da safra. Os produtores procederam a aplicação de defensivos e conseguiram controlar a situação. Além disso, o clima quente e seco da última semana também ajudou. A preocupação agora é com a reviravolta no tempo, o retorno do frio e a possibilidade de geada. A cultura está em um período de desenvolvimento no qual não tolera mais essas condições e a ocorrência do fenômeno poderia representar grandes perdas econômicas.

O trigo é a cultura de maior expressão econômica no inverno para a região, de acordo com os dados da Emater Regional de Passo Fundo, ocupando uma área de aproximadamente 77 mil hectares nos 40 municípios do planalto médio. A cultura encontra-se, na maior parte, nas fases de emborrachamento e formação de espiga. O engenheiro agrônomo da Emater Cláudio Dóro explica que até o momento o aspecto sanitário das lavouras é muito bom, embora o excesso de umidade e os dias de céu encoberto do mês de agosto tenham favorecido o aparecimento de algumas doenças. Os principais registros foram de manchas foliares, oídio e ferrugem, controladas com a aplicação dos produtos adequados.

Potencial
O potencial produtivo também deixa os triticultores otimistas. “Os agricultores conduziram com boa tecnologia, boa adubação de base e de cobertura, e fizeram tratamentos no momento certo. Além disso, o preço do trigo está em alta e é bastante atrativo. Todos estão esperançosos de fazer uma boa safra”, avalia. A expectativa é que com as boas condições para a safra, os produtores consigam equilibrar as contas. Enquanto o preço mínimo do trigo é de R$ 31,83, o grão está sendo vendido hoje no balcão a R$ 40 e o disponível em R$ 45. Isso se deve, entre outros fatores, aos problemas na safra do Paraná, e a diminuição na área plantada e a seca na Argentina.

São Paulo e Paraná
De acordo com a bióloga da OR Sementes Camila Turra o ano foi extremamente desfavorável para a cultura do trigo nos estados de São Paulo e Paraná. A falta de chuva após o plantio dificultou que a cultura se estabelecesse de forma satisfatória. Na fase de pré-espigamento e espigamento e na fase de enchimento de grão ocorreu geada que causou danos expressivos. “Além disso, observou-se alta severidade de doenças na espiga (giberela e brusone), que são de difícil controle químico. Portanto, a baixa qualidade industrial, devido as doenças causadas pelas chuvas registradas em junho, somada às estimativas de redução na produção de cerca de 26%, segundo dados da Conab, alertam para os baixos estoques nacionais de trigo, para a necessidade de importação para suprir o consumo e para o aumento no valor de comercialização”, completa.

 

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