Em operação há pouco mais de um ano, a Manitowoc Brasil ainda não conta com fornecedores de Passo Fundo para a montagem dos seus guindastes. Mesmo assim, a empresa já conseguiu nacionalizar praticamente 40% da produção com fornecedores da região de Caxias do Sul e de São Paulo. A pouca procura das indústrias locais para serem fornecedoras foi tema de reunião-almoço promovida pela Acisa na terça-feira (24). O objetivo foi informar empresários sobre como proceder para se tornarem sistemistas da empresa.
O palestrante foi o diretor de operações da Manitowoc Brasil, Mauro Nunes. De acordo com ele, desde o início de operação da planta da empresa em Passo Fundo não houveram avanços com sistemistas da região de Passo Fundo. Por este motivo a empresa buscou fornecedores nas regiões de Caxias do Sul e de São Paulo. O custo dos componentes gaúchos tem ficado entre 30% e 35% acima do valor dos importados. “Não estamos vendo com bons olhos a questão de desenvolvimento de fornecedores no Brasil. Estamos até pensando em verticalizar a empresa e talvez fazermos a produção interna do que é adquirido de fornecedores”, antecipa.
Mesmo assim, cerca de 40% da produção já está nacionalizada e até o final do próximo ano esse percentual deve subir para 60%. O compromisso assumido pela empresa com o BNDES seria de alcançar os 60% de nacionalização até o final de 2015. “Isso é bom para o cliente que consegue financiar mais e é bom para nós que não precisamos importar”, pontua.
Procura
Entre os fatores apontados por Nunes pela baixa procura de empresas locais para serem sistemistas da multinacional estão os investimentos necessários e a economia brasileira que não tem se apresentado favorável desde o ano passado. “Temos expectativa de que no próximo ano, se a economia estiver melhor e os investimentos em infraestrutura realmente se tornarem realidade, devemos ter uma demanda maior por guindastes e talvez os fornecedores queiram investir”, estima.
Para ser um fornecedor, é preciso entrar em contato com a Manitowoc que inicia o processo de auditoria, desenvolvimento dos projetos e dos protótipos que são avaliados nos Estados Unidos e no Brasil para depois começarem a ser produzidos. Após a validação da auditoria final as peças passam a ser produzidas. Com os fornecedores atuais, o processo de validação dos componentes tem demorado de seis meses a um ano. Atualmente a empresa já tem nacionalizados motores, eixos, cilindros, chaparias e estão em desenvolvimento os radiadores.
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