Na semana do Dia Nacional de Doação de Órgãos, um estudo da Central de Transplantes do Estado mostra que, apesar da maioria das famílias autorizar o ato de doação, os casos de recusa continuam sendo o principal motivo de não efetivação da doação de órgãos. O levantamento inclui o resultado de 355 entrevistas com as famílias de possíveis doadores realizadas em 2012. Em 59% dos casos, as famílias autorizaram a doação de órgãos, enquanto 40% negaram e 1% estava indecisa.
O que mais preocupa a Central de Transplantes é a tendência de aumento nos casos notificados de prováveis doadores que não chegaram a se efetivar como doadores de órgãos, como mostram os dados preliminares de 2013. A recusa familiar responde por quase 70% das causas de não efetivação da doação hoje no Estado, dado que motivou a Secretaria Estadual de Saúde a planejar uma campanha de sensibilização sobre o tema, nos próximos meses.
Perfil
O levantamento da Central também informa sobre o perfil dos doadores de órgãos no Estado. Em 2012, 55% foram homens, 47% eram do grupo sanguíneo O e 32% da faixa etária de 50 a 64 anos. Para acessar o balanço completo, com mais informações sobre o perfil dos doadores, entrevistas com as famílias e resultados de transplantes no Estado, consulte o arquivo em anexo.
Aumento das notificações e doadores efetivos
Segundo os dados da série histórica das notificações de morte encefálica e doadores efetivos, a Central de Transplantes do Estado registrou um aumento de 16% no número de notificações na comparação entre 2012 e 2011. O número de doadores efetivos aumentou 23% no mesmo período, e 45% na comparação entre 2012 e 2010.
Para a coordenadora da Central, Rosana Nothen, os resultados se devem às medidas de estruturação e financiamento das Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) adotadas pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). "Complementamos o custeio do Ministério da Saúde para financiamento das equipes e investimos em disponibilidade de diagnóstico de morte encefálica", informa. Em 2013, a Central está expandindo o cofinanciamento para o diagnóstico de morte encefálica para outras macrorregiões do Estado (Sul, Norte, Missioneira, Vales e Centro-oeste).
A capacitação de profissionais dos hospitais habilitados para formação de comissões para doação é outro ponto destacado pela coordenadora. No próximo dia 30 de setembro, começa uma série de formações em Coordenação Hospitalar de Transplantes, com previsão de seis edições até o final de 2014, que capacitará em torno de 200 profissionais, entre médicos e enfermeiros. A iniciativa da Central é custeada pelo Tesouro do Estado.
Fim da espera por córnea
Outro resultado importante do balanço realizado pela Central é a diminuição da lista de pacientes ativos à espera por córnea. O número, que era de 382 em março de 2012, chegou a 143 em dezembro e está agora (setembro de 2013) em 23 pacientes na fila. "Conquistamos a redução do tempo médio de espera pelo transplante de córnea, que era de nove meses em janeiro de 2011, e hoje leva cerca de um mês", afirma Rosana.
Com este resultado, o Rio Grande do Sul é considerado pelo Ministério da Saúde um dos quatro estados, além do Distrito Federal, que conseguiram acabar com a espera para a realização de transplante de córnea. A marca foi alcançada porque a capacidade instalada dos serviços especializados e a quantidade de doações tornaram-se suficientes para atender a demanda atual.
Doação de órgãos
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