Nesse sábado e domingo, mais de sete milhões de pessoas realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova é uma das principais formas de ingresso ao ensino superior no país. Além dos candidatos utilizarem a nota para se inscrever no Prouni, para garantir bolsas integrais e parciais em universidades privadas, a nota também pode ser utilizada para concorrer às vagas de universidades federais, através do Sisu. A nota é importante também para acadêmicos do ensino superior que desejam se inscrever no programa Ciência Sem Fronteira, que oferece bolsas de estudos, para estudantes de determinadas áreas, para estudarem em instituições no exterior. Os estudantes que desejam concorrer às bolsas, pelo programa, devem obter no mínimo 600 pontos no exame.
A prova aconteceu em 1.161 cidades e no primeiro dia, sábado, os candidatos tiveram quatro horas e trinta minutos para fazer o exame. Foram 90 questões de ciências humanas e de ciências da natureza, que abordaram questões ligadas à reforma agrária, os indignados espanhóis, ampliação dos direitos civis de homossexuais nos Estados Unidos, a Palestina, protestos na Europa, disputa de terras indígenas, África e uma das mais polêmicas era a construção de grandes obras como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que mostrava a opinião contraria a construção pelos ribeirinhos e indígenas. Nesse domingo, segundo dia de avaliação, os candidatos tiveram uma hora a mais para a realização da prova, já que além de responder as questões de linguagem, códigos, matemática e suas tecnologias, também deveriam fazer a redação, que nessa edição abordou os efeitos da implantação da Lei Seca.
A redação avaliará o estudante diante de cinco competências: domínio da norma-padrão da língua escrita; compreensão da proposta da redação e aplicação de conceitos de diversas áreas do conhecimento para desenvolver o tema; capacidade de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações para defender um ponto de vista; conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação; e elaboração de proposta de intervenção ao problema abordado, respeitando os direitos humanos. Na prova objetiva questões tiveram um trecho da música Até Quando, de Gabriel Pensador, um texto em inglês sobre o Steve Jobs. Já as questões de matemática simulavam situações da vida real, como calcular o melhor custo benefício ou saber qual empresa deu mais retorno em menos tempo.
Enem em Passo Fundo
Seguindo as recomendações do MEC, em Passo Fundo, os candidatos chegaram cedo aos locais de aplicação das provas. No trevo de acesso a UPF, a Polícia Rodoviária Federal organizava o trânsito, para garantir que todos pudessem chegar sem maiores transtornos. Alguns candidatos também aproveitaram para revisar conteúdos, antes de entrar nos locais de aplicação das provas.
Eliminação
No primeiro dia de provas 24 candidatos foram eliminados, até às 17 horas, por postarem fotos do exame em redes sociais. Os candidatos postaram, de dentro das salas de provas, por exemplo, fotos do cartão de resposta Os alunos concluintes da rede pública de ensino eram isentos do pagamento da taxa. No domingo, mais estudantes publicaram fotos de dentro das salas das provas e também serão eliminados do exame.
Pelas regras do Enem, não é permitido o uso de eletrônicos no local de prova, nem postar fotos do exame. Para garantir isso, ao chegar à sala de aula, o candidato era orientado a colocar aparelhos eletrônicos, como celular e tablet, em um envelope lacrado, que tinha de ficar embaixo da carteira durante toda a prova. O celular tinha de ser desligado.
Enem 2013
A edição de 2013 do Enem teve número de inscrições recorde, com mais de 7,1 milhões de estudantes. Os gabaritos dos dois dias de provas serão divulgados até o dia 30, no endereço www.enem.inep.gov.br.
Programa Tô Dentro
Os 120 alunos que frequentaram as aulas oferecidas pela Prefeitura de Passo Fundo dentro do Programa Tô Dentro, através da Secretaria de Educação, Coordenadoria da Juventude e Universidade Popular, participaram das provas do ENEM. As aulas foram realizadas em três turmas e vinham acontecendo desde o mês de agosto, para pessoas que não têm condições de pagar um cursinho pré- vestibular. “ Estamos muito satisfeitos com este trabalho. São 120 jovens e adultos que participaram do Pré-Enem e hoje buscam conquistar uma vaga no ensino superior. É gratificante fazer parte da conquista das pessoas”, declarou Nalú Cordeiro de Mello, coordenadora da Universidade Popular.
Para o coordenador da Juventude, Nilton Oliveira, o serviço prestado significa um esforço do poder público no sentido de oportunizar às pessoas que têm força de vontade a possibilidade de estudar. “Muitas pessoas querem fazer um cursinho preparatório, mas não tem condições. Esse trabalho, significa um investimento educacional e social em nossa cidade”, finalizou. A estudante Andreza Mainara Colvero, de 16 anos, afirma que as aulas oferecidas colaboraram com o aprendizado em língua portuguesa e redação, matérias em que tinha dificuldades. “O curso me ajudou porque a escola onde fiz meu ensino fundamental era muito pequena. Foi um reforço, com certeza, principalmente em português e redação”, frisou Andreza. Foi colocado ainda à disposição um ônibus para levar os estudantes até os locais onde as provas foram realizadas.