Rumo à autossuficiência

Meta do Estado é ser responsável, em 10 anos, por 50% do trigo consumido no país, diz secretário

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Que o Rio Grande do Sul é o maior produtor de trigo do país, com previsão de colher 2,7 milhões de toneladas nesta safra, os números já mostram. A curto prazo, os desafios são manter os preços, elevar e estabilizar a renda do produtor e criar as condições para que o produto fique no Estado - hoje a maior parte se exporta e, mais tarde, é trazido de volta com valor mais alto. No longo prazo, porém, a meta é fazer com que, em dez anos, o RS abasteça 50% do consumo interno brasileiro de trigo, hoje em torno de 10 milhões de toneladas.

Na abertura oficial da colheita, em Cruz Alta, nesta sexta-feira (25), a saída apontada pelo secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, parte de esforço conjunto entre governos do Estado, Federal e produtores. Estados como o Paraná e Santa Catarina, que produziram menos do que o esperado, devem receber trigo gaúcho. Para reter no mínimo o que se consome aqui e também ajudar a manter os preços de comercialização, o Banrisul e o Banco do Brasil têm disponíveis, juntos, R$ 400 milhões para financiar a compra do produto. 

Além disso, segundo Mainardi, a Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) vai disponibilizar, se necessário, toda a capacidade de armazenagem do Estado - de mais de 500 mil toneladas - para estocar o trigo. 

O secretário vai sugerir ao Ministério da Agricultura que a Conab compre uma parte do trigo gaúcho, faça estoque público e, com isso, regule o valor do mercado evitando que a oferta seja menor que procura. "Não tem como permitir que o trigo saia do Estado, seja vendido a outros estados e países e depois tenha que voltar mais caro para abastecer o mercado interno. É inadmissível", afirmou. 

O secretário de Política Agrícola do Mapa, Caio Rocha, fez um balanço da produção brasileira. Disse que o governo federal criou o maior Plano Safra da história - para crédito, armazenagem, irrigação, seguro agrícola e cooperação - de R$ 136 bilhões. Destes, R$ 25 bilhões são para financiamento da construção de silos, com 15 anos para pagar e juros reduzidos. Lembrou, também, que estão previstos R$ 700 milhões para o seguro agrícola rural. 

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