Prestes a receber alta na próxima semana, o comerciante Luís Carlos Polippo, 65 anos, que esteve entre a vida e a morte ao ser baleado nas costas, durante uma tentativa de assalto em sua joalheira, na rua Moron, centro de Passo Fundo, no mês passado, diz que perdoa o autor do disparo. “Perdoo do fundo do meu coração” revelou.
Internado no Hospital São Vicente de Paulo há 31 dias, ele teve de passar por quatro cirurgias. A bala atingiu a terceira vértebra da coluna e perfurou o intestino. Parte dele precisou ser removida em razão de uma infecção provocada pelo projétil. O comerciante ainda luta para recuperar os movimentos na perna esquerda e a sensibilidade na extremidade da perna direita. “A fisioterapia vai me ajudar a voltar a andar” diz, otimista. Na quarta-feira, ele recebeu a reportagem de ON e, pela primeira vez, falou sobre o drama vivido naquela segunda-feira, do dia 13 de outubro.
“Eles entraram com roupas coloridas, bem arrumados e encapuzados. Como não falaram nada, pensei serem estudantes da faculdade fazendo teatro ou algo do gênero”. Este foi o primeiro pensamento que passou pela cabeça do comerciante ao se deparar com três jovens dentro de sua joalheria.
Em seguida, conta, um deles sacou um revólver e apontou a arma para o alto. A primeira impressão estava desfeita. Polippo percebeu que não eram estudantes, tampouco atores. Assustado, tentou correr em direção à porta e acabou baleado nas costas. “Eu não tentei reagir. Como ficaram mudos, não anunciaram o assalto, me apavorei. Pensei que ele iria atirar em mim, então tentei correr. Senti um impacto nas minhas costas e algo queimando” lembra, sob o olhar atento do irmão e do filho.
Logo após o crime, os assaltantes correram até a esquina da rua Moron com a Coronel Chicuta e embarcaram em um Astra. Acionada imediatamente, a Brigada Militar iniciou as buscas e se deparou com o grupo na rua Vila Luiza. Três dos quatro envolvidos no caso eram menores, com idades entre 14 e 16 anos. Em poder deles havia um revólver calibre 38, com registro de furto, municiado com quatro cartuchos, um deles deflagrado. No interior da joalheira, o trio deixou cair uma mochila e uma touca ninja. Os adolescentes foram recolhidos ao Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) e o adulto ao Presídio Regional de Passo Fundo.
A matéria completa você confere nas edições impressa e digital de O Nacional. Assine Já