A alergia causada pelo pólen do ligustro vem sendo uma preocupação de saúde pública. Os sintomas são decorrentes do contato com o pólen, liberado no período de floração, e diferentemente do azevém e da aveia, que se alastram por grandes proporções, o pólen do ligustro atinge apenas onde a árvore está localizada. Por isso, o grande problema é que as pessoas estão sempre em contato direto e cotidiano com a espécie já que ela está plantada nos pátios de jardins, calçadas e praças.
Observando isso, o vereador Aristeu Dala Lana (PTB), protocolou uma indicação, na última semana, sugerindo ao Executivo, a substituição da árvore da região urbana da cidade. De acordo com o vereador, o principal mérito da indicação visa por fim à burocracia existente na solicitação de corte de árvores. “Queremos reduzir os entraves relacionados ao corte do ligustro e em contrapartida fazer o solicitante se comprometer a plantar outras espécies no local”.
Na mesma perspectiva, o vereador Alberi Grando (PDT) elaborou, na legislatura passada, um projeto de lei propondo a substituição da árvore em todas as áreas do município. Contudo a proposta foi arquivada, mas Grando afirma que pretende desarquivá-lo e adequá-lo a algumas questões. “No texto original destaquei a substituição total das árvores, mas a retirada das regiões urbanas, onde há uma maior concentração de pessoas, já seria suficiente para reduzir os índices alérgicos”. Como o ano no Legislativo está chegando ao final, Grando acredita que não deverá desarquivá-lo em 2013, mas pretende apresentar uma indicação sugerindo ao Executivo a substituição gradativa das árvores.
Observando essa perspectiva, um estudo já está sendo elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente, através da catalogação das espécies encontradas nas áreas urbanas da cidade. De acordo com o secretario da pasta, Enilson Gonçalves, esse estudo é o primeiro passo para substituir árvores como o ligustro que desencadeiam reações ao ser humano. Mas, segundo ele, outras espécies também deverão ser substituídas, entre elas, árvores em condições sanitárias inadequadas e as centenárias. No lugar, espécies nativas deverão compor o cenário urbano da cidade. O estudo deverá ser concluído até o primeiro semestre de 2014, e somente após isso será projeta a retirada e a substituição das espécies.
Situações alérgicas
Conforme Grando explica, o número de pessoas alérgicas teve elevação nos últimos tempos e seguindo a mesma proporção a sensibilidade delas quanto aos diferentes tipos de pólens, liberados por uma extensa gama de plantas, também aumentou. Ele comenta que diante da sua percepção, o ligustro passou a ser um dos principais agentes causadores de sintomas alérgicos, com o decorrer dos anos. Nesse sentido, a médica alergista, Melissa Tumelero explica, que a intensificação dos casos de alergia ocasionados pelo ligustro acontece por ele estar presente em locais com alto número de circulação ou quando as pessoas estão expostas diretamente, já que a árvore é plantada nos pátios e calçadas. Nesse sentido, vale ressaltar que a planta não provoca alergia para toda a população apenas àquelas que desenvolveram sensibilidade. “Ninguém nasce alérgico, ou seja, é necessário um primeiro contato com as substancias, apenas após isso, a sensibilidade pode ser desencadeada”, comentou Alberi. No caso do ligustro, quando foi inserido na cidade, não era considerado um agente causador de alergia, já que as pessoas não haviam possuído um primeiro contato com a planta. Melissa comenta que a disseminação sem controle da árvore é o principal motivo que está proporcionando e que deverá levar a mais casos de pessoas com os sintomas. Aliado a isso, também há fatores genéticos e ambientais.
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