Ministro anuncia programa para resolver conflito agrário

Eduardo Cardozo se reuniu com representantes indígenas em Passo Fundo e também participou de encontro na Capital

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Durante a passagem pelo Rio Grande do Sul ontem, o ministro da Justiça Jose Eduardo Cardozo anunciou a criação de um programa com recursos específicos para tratar dos conflitos agrários envolvendo índios e colonos no norte do Estado e demais regiões. Cardozo participou de duas reuniões. Pela manhã, ouviu as reivindicações das lideranças indígenas, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IFSUL), em Passo Fundo. 

O encontro, a portas fechadas, durou quase duas horas. O ministro chegou ao Instituto por volta das 10h45, escoltado por policiais federais e do Batalhão de Operações Especiais, o BOE, da Brigada Militar. Também participaram da reunião representantes da Funai, Emater,Incra, secretários de Estado, e o ministro do desenvolvimento agrário Pepe Vargas. Logo após, Cardozo seguiu para Porto Alegre, sem atender a imprensa. Na Capital, participou de uma segunda reunião na sede da Superintendência da Polícia Federal, desta vez, para ouvir os agricultores da região de Sananduva.

As demarcações nas propriedades do município que estavam agendadas para o último dia 11, foram suspensas por determinação do próprio ministro. Coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região sul (FETRAF-Sul), Rui Valença afirmou que o ministro não chegou a fornecer detalhes do programa e também não estabeleceu datas. No entanto, segundo ele, propôs ainda a criação de uma mesa de mediação para tratar caso a caso das propriedades incluídas na portaria declaratória, as quais estão localizadas no município de Sananduva e da Reserva de Mato Preto, que abrange os municípios de Getúlio Vargas, Erebango e Erechim. “Esperávamos uma decisão mais objetiva.

A criação deste programa deve demorar, temos urgência em resolver esta questão” avaliou Valença. A entidade apresentou uma alternativa ao governo. “Comprar uma área que não seja de agricultores familiares para recolocar os indígenas, reassentar ou indenizar os agricultores familiares são algumas das alternativas que apresentamos ao governo. Queremos que o governo encontre uma solução que auxilie ambas as partes, os agricultores familiares e os indígenas”, indicou. A Fetraf aproveitou o encontro para solicitar reforço na segurança no município de Sananduva, onde o clima é mais tenso.


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