Aqui se faz, aqui se paga. A máxima do ditado popular pode ser aplicada ao ano de 2014 que será regido por Xapanã ao lado de Oxalá, Iançã e Oxum. Na crença dos cultos Afros, Xangô, que é o Orixá da Justiça, entrega para Xapanã todas as questões não resolvidas. Xapanã, com sua vassoura trata de varrer o que foi deixado para traz. Ano para resolver as injustiças ou pagar pelas que cometeu. A lógica de que para toda a ação existe uma reação é vivenciada nos anos regidos por Xapanã, que também é o responsável pelas áreas envolvendo a saúde. Xapanã é considerado o deus das doenças contagiosas e também o da cura. No sincretismo religioso católico ele é o São Lázaro.
Por isso, o espiritualista, embaixador dos cultos Afros em Portugal, país onde mantém residência fixa, Carlos Magno Berra, recomenda cautela para 2014. “Cautela em tudo o que fizermos: no profissional, no sentimental e no espiritual. Não devemos nos deslumbrar com as coisas e buscar o consenso e o equilíbrio em todas as situações”, completa. A prudência requer, segundo ele, em pensar muito bem e tantas vezes quantas forem necessárias antes de tomar decisões importantes relacionadas ao futuro pessoal. Em função da força que tem o Orixá Xapanã, ao seu lado, estará Oxalá, que é da paz, do amor e que auxiliará as pessoas a se redimirem de seus erros ou mal feitos. “Oxalá oportunizará a pedirmos perdão pelos nossos erros”, diz Magno.
Segundo o espiritualista, 2014 será um ano de muitas cobranças e devemos dominar o espírito vingativo que estará aflorado, retirar o ódio do coração e não tentar devolver com a mesma moeda coisas que façam contra nós. “O ano requer mais união das pessoas para que a boa energia trabalhe a nosso favor”, completa.
A cobrança da natureza
Por conta da lógica da ação e reação, o meio ambiente continuará dando sinais de preocupação. As chuvas fortes, os temporais como os que estão ocorrendo neste final de ano, se repetirão ao ponto de deixar as defesas civis em constante alerta. O Brasil, segundo os búzios de Carlos Magno, será um dos países atingidos com intempéries fortíssimas no decorrer do ano que se inicia. “Como os Orixás vibram sobre as coisas da natureza e o homem cada vez mais destruindo o meio ambiente, a reação dela tem sido previsível a cada ano”, explicou.
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