Pelo menos 11 pessoas morreram na sexta-feira (3), em várias cidades do Egito, durante confrontos entre a polícia e apoiadores da Irmandade Muçulmana, anunciou o Ministério da Saúde.
A Coligação Nacional de Apoio à Legalidade, liderada pela Irmandade Muçulmana, e que promoveu os protestos, emitiu um comunicado onde diz que 19 apoiadores foram mortos pela polícia.
Dezenas de manifestantes também foram feridos nos protestos contra o atual governo de transição, que, no final de dezembro, declarou a confraria como “organização terrorista”.
Os confrontos no Cairo eclodiram em Nasr City. Os manifestantes lançaram pedras e tochas incendiárias em direção à polícia, que respondeu com granadas de gás lacrimogêneo.
Um carro foi destruído e diversas viaturas danificadas durante os atos de violência, enquanto grupos de civis se envolviam em confrontos com os simpatizantes islamitas, apoiadores do ex-presidente Mohamed Morsi. Ele foi deposto pelos militares em 3 de junho, na sequência de protestos em massa contra o seu governo.
A Aliança Nacional apelou às manifestações após ter anunciado o boicote ao referendo constitucional, previsto para este mês. Os apoiadores da confraria e de Mohamed Morsi, o primeiro presidente do Egito eleito democraticamente, rejeitam a nova Constituição elaborada pelas autoridade de transição e que sofreu importantes emendas após a deposição do chefe de Estado islamita.
Em dezembro, as autoridades declararam a Irmandade uma “organização terrorista” e acusaram o grupo de envolvimento nos recentes ataques a instituições estatais e igrejas, ocorridos desde o afastamento de Morsi.
Responsáveis do ministério do Interior avisaram que quem participar dos protestos da Irmandade, após a sua designação como organização terrorista, será punido com cinco anos de prisão, enquanto os líderes dos protestos poderão ser condenados à pena de morte.
O ministro do Interior egípcio disse que foram detidos em todo o país 150 membros da Irmandade. Eles estariam carregando armas ou explosivos.
Fonte: Agência Lusa