O intercâmbio de conhecimento, o debate acerca da comunicação social entre estudantes e professores, e as convergências que ocorrem e misturam arte, comunicação e tecnologia. Todos esses assuntos estarão em pauta no 4º Colóquio de Agências Experimentais de Jornalismo, que tem como sede a Universidade de Passo Fundo (UPF). O encontro reúne, no próximo dia 14 de janeiro, núcleos experimentais de comunicação de universidades de todo estado do Rio Grande do Sul, e como um preparatório para o mercado, busca unir teoria e prática na reflexão do fazer comunicacional.
Para a coordenadora do curso de Jornalismo da UPF e responsável pelo 4º Colóquio, Bibiana De Paula Friderichs, o encontro propõe debates que possibilitam aos alunos uma postura reflexiva. “O colóquio é isso, um lugar de reunir as agências como espaço de interação e troca, como quem pensa o equilíbrio entre a academia e o mercado. É o fazer e o pensar refletindo continuamente sua própria prática produtiva”, comenta a professora. Para Bibiana, as agências experimentais de jornalismo podem ressignificar e revitalizar o espaço de formação, e até mesmo antecipar a reestruturação curricular do curso de Jornalismo, aprovada pelo Ministério da Educação no ano de 2013.
Novas aparências de comunicação
Nos últimos 10 anos uma nova perspectiva de jornalismo ganha forma com a renovação dos projetos gráficos de jornais como The New York Times, que recentemente criou o pioneiro Snow Fall, e o The Guardian, com sua infografia multiplataformas. Os especiais multimídia ganharam força na comunicação na medida em que a internet se popularizou. Nessa mudança, a infografia e os newgames dão uma nova perspectiva para a visualização de dados. Diante da impossibilidade de refletir sobre a comunicação sem pensar as novas estéticas e suas novas linguagens, o Colóquio traz para o debate temas como “Games e infografia: sensibilidade e tecnologia na visualização de dados”. “Os newgames e os infográficos potencializam a aliança da linguagem artística com a linguagem digital, revitalizam as velhas estrutura para a apresentação de informações”, destaca a professora Bibiana.
As bases curriculares também estão entre os temas de grupos de discussão. O assunto vai ser debatido com a intenção de apontar caminhos que constituam profissionais pensadores. “A relevância de debatermos esse assunto no Colóquio é discutirmos que tipo de profissionais que as universidades querem entregar para o mercado, e a partir disso podemos projetar qual o papel da comunicação na sociedade”, ressalta.
Comunicação, arte e tecnologia
Já imaginou Marshall McLuhan interagindo pelas redes sociais digitais ao viver a evolução da mídia, a qual teorizou no início do século XX? Ou Picasso e Manet ao se alfinetar pelo Facebook? Essa foi o tom descontraído proposto pelo Núcleo Experimental de Publicidade e Propaganda da UPF. A partir do tema do colóquio, - Comunicação, arte e tecnologia - a campanha publicitária realizada, segundo a estagiária do NEXPP, Taíse Souza Barfknecht, buscou o diálogo entre artistas de vanguarda com as novas técnicas. “Tentamos construir um paralelo entre as novas ferramentas que propõe uma nova forma de arte, e a comunicação”, comenta Taíse. Com personagens que marcaram época, como Frida Kahlo, Thomas Edison, Steve Jobs, Marshall Berman, a campanha dilui fronteiras entre o erudito e o popular. “Hoje já não temos um conceito definido do que é arte, e as novas tecnologias quebram ainda mais essa divisão entre sacro e profano”, ressalta.
O 4º Colóquio de Agências Experimentais de Comunicação acontece na próxima terça-feira, 14 de janeiro, no Campus I da UPF. As atividades começam às 9h30min, com o credenciamento. Entre os participantes, estarão alunos de cinco instituições de ensino do Rio Grande do Sul.