O número de focos de ferrugem asiática registrados pelo Consórcio Antiferrugem no Estado já supera os 40. No entanto é possível que a doença esteja presente na maior parte das lavouras gaúchas. Mesmo com uma grande incidência a doença ainda não representa perdas para a soja. Entre os fatores estão as boas práticas de manejo adotadas pelos agricultores, bem como o clima que tem contribuído para que ela não se desenvolva agressivamente.
A pesquisadora em fitopatologia da Embrapa Trigo Leila Maria Costamilan explica que a ferrugem é uma doença esperada todos os anos pelos produtores de soja por ela estar estabelecida no continente. O aumento dos focos nas últimas semanas se deve tanto às condições climáticas, quanto a atuação dos técnicos que estão do campo registrando as ocorrências e fazendo coletas em vários pontos. “O número de focos está dentro do esperado porque ela está se distribuindo na região norte do Estado que planta cedo e há poucos casos na região central”, compara a pesquisadora.
Mesmo com o aumento da incidência, Leila esclarece que a severidade da doença é baixa em função dos dias secos que não permitem que a ferrugem se desenvolva. Além disso, os produtores já conhecem os sintomas e por isso fazem os tratamentos preventivos e de combate quando ela aparece.
Leila destaca ainda que em lavouras que tenham sido plantadas mais tardiamente a doença pode ocorrer com severidade maior caso comece a chover mais. “Se não tem muita chuva ela até pode se instalar, mas não tem muita severidade. Se começar a chover, será preciso tomar mais cuidado com as áreas plantadas mais tardiamente”, reitera. Mesmo com o aumento de focos, a pesquisadora acredita que as lavouras apresentam bom padrão e se os produtores continuarem com o manejo adotado até o momento a região terá uma safra satisfatória.