Três dos cinco envolvidos na fraude das ações contra a extinta CRT tem dez dias para apresentação de resposta da acusação. Segundo a escrivã designada da 3ª Vara Criminal do Fórum de Passo Fundo, Susana Maria Tremarin, o prazo para cada um dos acusados de participar do esquema do advogado Maurício Dal Agnol corre a partir do primeiro dia útil após a citação, quando os advogados nomeados pelos réus podem anexar documentos e arrolar testemunhas. Para o advogado Pablo Geovani Cervi e o corretor de imóveis Vilson Belle, o prazo conta a partir de segunda-feira (24) e para a contadora Celi Acemira Lemos, desde terça-feira (25). Depois deste prazo, a juíza Ana Cristina Frighetto Crossi, titular da 3ª Vara Criminal de Passo Fundo, deve marcar a primeira audiência de instrução e julgamento, data ainda sem previsão.
Nesta segunda-feira, Márcia Fátima da Silva Dal Agnol, o advogado Pablo Geovani Cervi, corretor de imóveis Vilson Belle e a contadora Celi Acemira Lemos, cumpriram com o pagamento das fianças estabelecidas em R$ 144,8 mil. Segundo a medida cautelar do Juiz titular da 2ª Vara Criminal, Orlando Faccini Neto, para não serem presos, os envolvidos são obrigados a entregar os passaportes e comparecer ao Fórum todas as segundas e sextas-feiras entre 11h e 18 horas para comprovar que não saíram da comarca de residência sem autorização judicial. A contadora Celi e o advogado Cervi, compareceram pessoalmente ao Fórum, apresentando seus respectivos defensores e entregaram os seus passaportes. O corretor de imóveis Belle se apresentou à 1ª Vara Criminal do Fórum de Bento Gonçalves e alegou não ter não ter passaporte. Conforme a escrivã, a juíza poderá exigir uma comprovação de que ele não tenha mesmo o documento.
Márcia Dal Agnol pagou a fiança de R$ 724 mil através do advogado Ricardo de Oliveira Filho, mas não entregou o passaporte e tão pouco se apresentou à Justiça, apesar de ter constituído, através de procuração, uma equipe de três advogados como seus defensores. Sem cumprir com as medidas cautelares, Márcia corre o risco de ter decretada a sua prisão preventiva e ser declarada foragida, mesma condição em que se encontra o seu marido, que é também procurado pela Interpol. Esta é uma das decisões que a juíza Ana Cristina terá de tomar nas próximas horas. No entanto, conforme Suzana, a maior possibilidade é a citação por edital impondo a intimação de Maurício e Márcia Dal Agnol, alegando que foram esgotados todos os meios para a localização dos reús. Neste caso, a juíza deverá estabelecer um prazo, entre 60 e 90 dias a partir desta primeira publicação, para que a notícia se propague.
Vítimas
Nesta terça-feira, novamente dezenas de clientes do advogado Maurício Dal Agnol compareceram ao setor de informações do Fórum de Passo Fundo em busca de informações sobre a situação de seus processos. A informação é da escrivã designada da Direção do Fórum, Laziani Menezes. “Muitos são pessoas humildes, que nem ao menos sabem o número do processo. Estamos orientando que eles busquem um defensor publico ou um advogado para orientar sobre a situação individual de cada um dos clientes”, explicou.
O movimento também foi grande na 3ª Vara Criminal. Um professor aposentado que denunciou o advogado Dal Agnol em 2012 na OAB e ingressou com processo criminal na Justiça também buscou informações sobre a situação do seu processo. Ele recebeu apenas R$ 16 mil dos R$ 47 mil que sua esposa deveria receber pelas ações da CRT. Além deste, ele ainda contratou o advogado Dal Agnol em outros dois processos movidos contra o Estado. Ontem ele tentou ligar várias vezes para o escritório do advogado, mas ninguém atendeu aos seus telefonemas.
Correção
Diferentemente do que foi publicado ontem, o nome do Juiz citado na matéria da Operação Carmelina é Orlando Faccini Neto, e não Eugênio.