O Ministério Público Estadual ingressou na Justiça com recurso reiterando o pedido de prisão preventiva dos quatro acusados de envolvimento na operação Carmelina. O documento de 36 laudas foi entregue quarta-feira na 3ª Vara Criminal de Passo Fundo. Junto com o empresário e advogado Maurício Dal Agnol, que permanece foragido no exterior, o grupo é acusado de ter lesado aproximadamente 30 mil pessoas e causado um prejuízo avaliado em cerca de R$ 100 milhões, referente à venda de ações da antiga CRT.
No primeiro pedido de prisão feito pelo MP, a Justiça deferiu apenas a preventiva de Dal Agnol, acusado de apropriação indébita e formação de quadrilha. Para os demais, os advogados, Pablo Geovani Cervi, Vilson Bellé, a contadora Celi Acemira Lemos, e a esposa de Maurício, Márcia Fátima da Silva Dal Agnol, o juiz substituto da 3 Vara Criminal, Orlando Faccini Neto, estabeleceu o pagamento de fiança, mais o cumprimento de medida cautelar, a qual prevê a entrega dos passaportes e a apresentação no fórum de Passo Fundo todas as segundas e sextas-feiras.
Márcia chegou a pagar fiança estipulada em R$ 724 mil, no entanto, deixou de cumprir as duas determinações. Os outros três acusados pagaram fiança de R$ 166 mil e vêm atendendo a medida cautelar. Na justificativa do recurso, o Ministério Público alegou violação da ordem pública. “Entendemos que, mesmo Maurício sendo preso, os demais podem continuar lesando os clientes” observou o promotor Marcelo Pires.
No caso de Márcia, o MP afirma que ela quebrou as condições impostas pela Justiça em substituição à sua prisão. “Se ela pagou a fiança, significa que tem conhecimento da acusação, no entanto, não entregou o passaporte e nem se apresentou. Violou o cumprimento da lei, pode ser considerada foragida” disse o promotor.