Somente nos últimos quatro meses, foram contabilizadas quatro paralisações da Polícia Federal, em todo o país. A suspensão dos trabalhos é uma forma de chamar a atenção do Governo Federal, para o descaso que a categoria vem sofrendo nos últimos cinco anos. De acordo com o agente federal e representante do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal do Estado, Flávio Ramos, os policiais esperam que, a partir das paralisações, a própria sociedade perceba o desprezo pelo qual passam. “Nós queremos chamar a atenção, principalmente, para dificuldade que enfrentamos em negociar com o Governo Federal. Desde 1996 nós temos uma carreira que se exige nível superior, mas que o salário é de nível médio”, diz.
Ainda segundo Ramos, são cinco anos de negociações com o Governo, em relação a uma reestruturação da carreira dos agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal. Todo esse tempo em que tentaram realizar os ajustes, não houve avanços. “Agora nos aproximamos de uma Copa do Mundo aqui no país, com todos esses problemas que nós enfrentamos de fronteiras, baixo efetivo e, até mesmo, de suicídio entre colegas. Muitos dos colegas, inclusive, estão afastados por depressão, em decorrência desta falta de política do Governo Federal para com a Instituição”, afirma.
Para o agente, o que parece, é que o Governo tenta atar as mãos da polícia, para que não haja investigações de crime organizado e corrupção. “Nós vemos todos os dias figuras importantes do Governo sendo desmascaradas e, geralmente, isso ocorre por meio da imprensa, pois nós estamos de mãos atadas”, preocupa-se.
A possibilidade de que a paralisação progrida e se torne uma greve geral, existe, mas só deve ocorrer próximo a Copa, conforme acordado em Assembléia. Os serviços de investigação estão todos parados. Em Passo Fundo, estão sendo atendidos, somente ,os agendamentos de passaporte.