Os servidores do Judiciário de Passo Fundo aderiram ao movimento estadual da categoria e paralisaram parcialmente as atividades na quarta-feira (09). A categoria se concentrou em frente ao Fórum das 9h às 18h. Foram mantidos 30% do efetivo nos cartórios. Casos emergenciais e as audiências foram atendidos normalmente. Os servidores reivindicam a valorização do servidor concursado e a qualidade dos serviços públicos. O atendimento retorna ao normal nesta quinta-feira (10).
A paralisação foi definida no final de março durante assembleia geral em Porto Alegre. De acordo com a representante do sindicato dos servidores, Adriana Carpinski Junges, a mobilização é para reivindicar os direitos da categoria. A carga horária exaustiva, a falta de um plano de carreira justo, as perdas salariais e o acúmulo de trabalho são as principais reclamações. “A carência de recursos humanos está acarretando muitas doenças nos servidores. Queremos mostrar para a sociedade, que busca na justiça a solução para os seus problemas, que a demanda é grande, e o número de servidores é cada vez menor. Não conseguimos cumprir as metas do Tribunal de Justiça com três servidores em um cartório com dez mil processos”, declara a representante do sindicato.
Através de uma carta aberta à sociedade gaúcha, os servidores revelam que há quase 2 mil cargos vagos no primeiro grau da justiça. “Se hoje a população aguarda meses para ter seu pedido de pensão, divórcio, usucapião, desapropriação, ação indenizatória, medicamentos, é porque a máquina pública está sucateada”, revela o documento.
Principais reivindicações:
- Reposição da inflação sem parcelamento;
- Recuperação das perdas e ganho real;
- Jornada de sete horas;
- Data-base;
- Plano de Carreira justo;
- Valorização do servidor concursado;
- Mais recursos humanos.
Reajuste dos servidores
O Projeto de Lei 62/2014, que contém os índices de recomposição dos vencimentos dos servidores do Poder Judiciário do Rio Grande do Sul, foi aprovado pela Assembleia Legislativa na última terça-feira (08). O reajuste totaliza 7,5%, sendo 3,85% a partir de julho, e 3,5% em novembro, de forma cumulativa. O projeto seguirá para a sanção do Governador Tarso Genro e posterior publicação no Diário Oficial do Estado. A direção sindical tem opinião de que dadas as perdas salariais históricas, o projeto de reajuste como posto contempla apenas perdas inflacionárias no todo. Desse modo, os sindicalistas entendem que o texto poderia ter sido alterado para atender às expectativas da categoria.