Com o objetivo de qualificar o trabalho técnico junto à agricultura familiar, em uma perspectiva de sustentabilidade crescente, teve início, nesta quarta-feira (23/04), no auditório municipal, em Vila Flores, a Jornada Regional de Agroecologia Aplicada, promovida pela Emater. O evento reune cerca de 50 profissionais das regiões administrativas da Instituição de Caxias do Sul e Lajeado, e também da Embrapa, Centro Ecológico de Ipê e Secretaria da Agricultura de Vila Flores, se estende até esta sexta-feira (25). O prefeito do município, Vilmor Carbonera, esteve presente na abertura da Jornada.
Esta é a primeira das sete Jornadas que serão realizadas em várias regiões do Estado, até julho. A programação, nos três dias, compreende a discussão de aspectos técnicos de manejo e produção agroecológica, com base na realidade de cada região, visita a uma propriedade leiteira em Nova Prata, que será objeto de análise e debate técnico, e definição de estratégias de trabalho para avançar na sustentabilidade.
“A Jornada também tem o propósito de contribuir para qualificar a execução das chamadas públicas da sustentabilidade, do leite e da agroecologia nessas duas regiões”, diz o diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus. De acordo com ele, o papel da agroecologia é, além da ecologização das formas de manejo da produção agrícola, ajudar a construir processos de desenvolvimento rural. Esses processos devem ter a participação como método e foco na sustentabilidade e no fortalecimento, além da autonomia das famílias rurais.
Segundo o agrônomo do Centro Ecológico de Ipê, Leandro Venturin, a agricultura ecológica está estruturada na produção que tem a natureza como matriz tecnológica, na dependência da organização (associações e cooperativas), na agroindustrialização artesanal familiar, como forma de agregação de valor, e nas cadeias curtas de comercialização, que diminuem as distâncias entre agricultores e consumidores, como a da alimentação escolar.
Entre as ações em agricultura ecológica, ele citou um bom manejo de solo a partir da adubação verde, o controle biológico de pragas, o uso de defensivos naturais e caldas de baixo impacto, o consórcio e rotação de culturas, a reciclagem de resíduos e a observação da natureza.