A chegada de seis médicos, entre eles quatro cubanos e dois brasileiros formados no exterior, vai beneficiar aproximadamente 18 mil pessoas, distribuídas em diferentes bairros de Passo Fundo. O grupo faz parte do Programa Mais Médicos, do governo federal, e deve permanecer na cidade por um período mínimo de três anos, com possibilidade de renovação de outros três. Há 10 dias em Passo Fundo, os médicos aguardam apenas o registro do MEC e do Ministério da Saúde para iniciarem os trabalhos. A documentação deve chegar em 20 dias.
Cada médico vai liderar uma unidade de prevenção à saúde da família, formada por um enfermeiro, dois técnicos e um digitador. As equipes atuarão em seis ambulatórios. Quatro deles já estão definidos nos bairros: José Alexandre Zachia, Santa Marta, Jaboticabal e Professor Schisler. A estimativa é de que cada equipe atenda uma média de três mil pessoas. “Estamos sendo contemplados no chamado quinto ciclo do Mais Médico, mas estávamos inscritos desde o lançamento do programa. Realmente havia uma carência no atendimento da saúde à família. Com a chegada destes profissionais vamos zerar o déficit nesta área” afirma o secretário municipal de saúde, Luiz Artur Rosa Filho.
Pelo convênio, o município fica encarregado de arcar com despesas relacionadas à moradia e alimentação dos profissionais. Já os salários são pagos pelo governo federal. Eles devem cumprir uma jornada semanal de 40 horas, sendo oito delas dedicadas para estudos.
Uma nova missão
Enquanto aguarda documentação para iniciar os trabalhos, o grupo aproveita para conhecer a rede de saúde do município. O trabalho no Brasil será a segunda missão internacional da equipe, que tem idade entre 27 a 31 anos. A primeira delas foi na Venezuela, com atuação na capital Caracas e também em cidades do interior do país. Os médicos desembarcaram em Porto Alegre no dia 12 de março. Durante o período na capital gaúcha, participaram de um curso de língua portuguesa e também de medicina da família.
Idania Salas Santana decidiu ficar mais uma vez longe da família, em Cuba, para trabalhar no Brasil. Aos 27 anos, ela vai enfrentar o terceiro desafio da carreira. Por duas vezes, entre os anos de 2009 e 2012, atuou no interior da Venezuela. “Estivem em lugares em que comunidade nunca tinha visto um médico. É uma experiência que eleva a profissão” afirma. O colega Ernesto Moreno Rosabal, 30 anos, compartilha da mesma opinião. Natural de Santiago de Cuba, ele desenvolveu a chamada medicina familiar durante um ano e quatro meses na Venezuela. “Participar de ações humanitárias é um valor que o médico deve ter.