Após mais de um mês de trabalho com ministros, em Brasília, o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, foi informado pelo Ministro da Agricultura, Neri Geller, de que foi tirada de pauta da reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex) a supressão da Tarifa Externa Comum (TEC) para as importações de trigo. Atualmente, a TEC está em 10% para o cereal. “Oferecemos argumentos técnicos consistentes para provar que a retirada da tarifa era desnecessária, inócua e inoportuna”, afirmou o presidente Sperotto.
A posição do Sistema Farsul, de proteger a produção nacional, ganhou força com o apoio total da presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que junto com Sperotto, levou o pleito de ministério em ministério. Segundo presidente da Federação gaúcha, restam 800 mil toneladas de trigo brasileiro disponível para as indústrias, e uma eventual retirada da TEC faria com que a maior parte dos moinhos abandonassem a aquisição do trigo do RS. Os produtores nacionais estão se preparando para o plantio da safra deste ano e, se fosse aprovada, a medida poderia trazer desestímulo na definição da área cultivada. “Conseguimos mostrar que o preço do cereal afeta pouco o valor dos produtos derivados, já que de outubro para cá (quando a TEC foi retirada) o preço do trigo caiu 14% e o do pão subiu 11%”, afirmou Sperotto, que apontou outros custos como responsáveis pelo aumento de preço como mão de obra, energia elétrica e aluguéis.