Os constantes escândalos envolvendo a comercialização de leite em solo gaúcho não colocam em risco a produção do estado. É o que dizem as projeções do Ministério da Agricultura. Segundo o Mapa, nos últimos anos, o leite avançou nos quesitos qualidade e preço, e as grandes apostas são nas melhorias para que o pequeno produtor possa aumentar a produtividade na expectativa de crescimento do consumo interno. Se depender do cenário internacional, os ventos sopram a favor das porteiras gaúchas. Nos próximos dez anos, a exportação do leite deve aumentar em 50%. Desde 2007, o preço pago ao produtor melhorou segundo a Emater, e o consumo não para de crescer. A média anual por brasileiro é de 180 litros. Há dez anos, a média era de 125 litros.
O leite é um alimento cada vez mais representativo no Rio Grande do Sul. O estado ocupa hoje o segundo lugar no ranking nacional, atrás de Minas Gerais. “A produtividade gaúcha é a mais alta, e o clima permite trabalhar com mais qualidade com o gado holandês, o que indica que logo seremos os grandes produtores de leite do país,” sinaliza o engenheiro agrônomo e diretor do Grupo FLOSS, Luiz Gustavo Floss. O norte do estado é referência na produção.
Aveia e azevém para alimentar o rebanho
Durante os meses mais frios do ano, os produtores gaúchos apostam na aveia e no azevém para alimentar o rebanho leiteiro. Os pastos naturais não resistem ao frio e essas forrageiras servem muito bem para alimentação do gado. A aveia proporciona precocidade e o azevém, qualidade, prolongando o período de utilização. Essa forma de plantio é utilizada pela maioria dos produtores de leite da região. A qualidade das pastagens está associada ao maior rendimento do leite nesta época do ano.