Indígenas se instalam em prédio da antiga Ceasa

Conforme cacique grupo de 40 famílias indígenas de Pontão se instalará no local enquanto aguardam estudo para demarcação de terras

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Local não oferece a infraestrutura mínima aos indígenasLocal não oferece a infraestrutura mínima aos indígenas
Local não oferece a infraestrutura mínima aos indígenas
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Para fugir dos riscos de morar às margens de uma rodovia, um grupo formado por 40 famílias indígenas vindos de Pontão iniciou na noite de terça-feira a instalação no prédio da antiga Ceasa em Passo Fundo, próximo ao Parque de Exposições Wolmar Salton. Na manhã de ontem eles enfrentaram o frio e a chuva enquanto começavam a organizar o acampamento. De acordo com o cacique Ibrail Vergueiro a permanência do local foi decidida em um acordo com o Estado, Ministério Público Estadual e Funai a fim de evitar que as famílias permanecessem na área de risco na qual estavam instalados. Funai diz que não sabia da decisão e que foi pega de surpresa com a notícia.

No local eles não contam com a infraestrutura mínima necessária como água, energia elétrica e mesmo cobertura. Até a manhã de ontem o grupo não estava completo e as demais famílias devem chegar ao local no decorrer da semana. Conforme o cacique, eles deverão construir pequenas casas de madeira para abrigar a todos os indígenas.

Além de adultos e idosos o grupo caingangue é formado por pelo menos 23 crianças. Vergueiro destaca que a permanência no local deve ser provisória tendo em vista que eles já fizeram o pedido para demarcação de terras indígenas em Pontão. “Saímos de lá porque estávamos em área de risco e temos crianças e idosos que estavam correndo muito risco e viemos pra cá para ficarmos por um tempo”, reforça. De acordo com ele o estudo está em andamento, mas deve demorar ainda entre um e dois anos para ser concluído.

Funai diz que foi pega de surpresa
De acordo com o coordenador regional da Funai Roberto Perin a Fundação não foi avisada da transferência e diz que não foi feito acordo deste tipo com os indígenas. “Como os estudos estão em andamento e houve uma reintegração eles tiveram de sair e devem ter tomado essa decisão”, completou destacando que ainda ontem iria até o local para verificar a situação dos indígenas.

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