Passo Fundo foi escolhido como uma das cinco cidades-polo da cadeia binacional produtiva do PET. O projeto, que envolve o Brasil, o Uruguai, cooperativas de Minas Gerais do Rio Grande do Sul, abrange desde a catação da garrafa, transformação do PET em flake (floco derivado do plástico), a elaboração de fibra, fio e tecido e a fabricação de roupas e calçados.
Segundo o secretário de meio ambiente, Enilson Gonçalves, o município vai integrar a rede na fase inicial e final do processo de reaproveitamento das garrafas PET. “Num primeiro momento, nossos catadores irão receber as garrafas, selecioná-las por cores, limpá-las e processá-las em flocos de plástico”, explicou. Após, este material será enviado à cooperativa uruguaia Coopima, instalada em San José, que fará a transformação em fibra sintética, e, posteriormente, em Minas Gerais, a Coopertêxtil processará a fibra em fio e tecido.
O secretário de desenvolvimento de Passo Fundo, Carlos Eduardo Lopes da Silva, explica a captação das garrafas no município funcionará no Loteamento Morada do Sol, em um galpão de 700 m² que será construído pelo governo do Estado. O terreno foi doado pelo município e a secretaria de planejamento está finalizando o projeto do galpão e o orçamento da obra. O governo estadual fará a contratação da empresa que fará a construção do galpão e financiará a aquisição do maquinário.
A expectativa é que a fase inicial do projeto esteja em funcionamento até o final do ano com pelo menos 30 recicladores participando da separação das garrafas. “Esta cadeia será um avanço para os trabalhadores envolvidos no processo, já que vai evitar a ação dos atravessadores, aumentando a renda dos catadores, além de ajudar na preservação do meio ambiente”, ressalta.
Para chegar à última etapa do processo, o município deve criar uma estrutura de capacitação para envolver moradores do bairro Donária. A intenção, segundo o secretário de meio ambiente é envolver a comunidade local para utilizar o tecido oriundo das garrafas PET e, ao mesmo tempo, dar aproveitamento galpão do bairro, que está abandonado por falta de condições técnicas para reciclagem, mas que está apto para promover cursos e instalar as máquinas de costura. “A cadeia de reaproveitamento vai encerrar também em Passo Fundo, em outra ação social, que envolverá costureiras do bairro Donária, que transformarão o tecido em cortinas, toalhas e até tênis”, acrescenta.